CARNAVAL – CARNE PARA BAAL
O
Carnaval é uma festa anual que promove desfiles suntuosos e arrebata multidões
para as ruas, percorrerem as principais avenidas, atrás de um carro de som
(trio elétrico) ou dentro de um clube, extravasando suas emoções e suas paixões
carnais, promovendo comilanças, extravagâncias, sensualidade, erotismo,
exibicionismo e culto ao corpo, liberalidade sexual (orgias = sexo desenfreado,
sem compromisso, sem culpa e sem pudor), uso desenfreado de álcool e demais
drogas (cocaína, êxtase, LSD, maconha, lança-perfume, crack, heroína, anfetaminas,
alucinógenos, estimulantes etc.) e excessos em geral, além de muita violência e
imoralidade.
Em
suma, é um ato de total entrega, de transe e êxtase, de liberação de todas as
tensões reprimidas e da envolvência absoluta entre o real e o fantástico. Nas
luzes dos refletores e câmaras de TVs são focados os corpos desnudos das
mulheres. Depois dessa imoralidade, há
ainda os bailes funks onde igualmente ocorrem o uso de drogas e a prática
de sexo livre. Tanto é assim que 99% dos resultados de pesquisa na Internet com
a expressão “bailes funks” são pornografias e o caso do desaparecimento do
repórter Tim Lopes (http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u52297.shl
e http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u54153.shl).
O
carnaval como uma performance de transgressão e inversão do sistema de signos
urbanos, desfaz o código cotidiano de relacionamento do sujeito com a cidade,
estabelecido pelo compromisso produção/consumo e inventa uma semiótica
determinada pelo excesso, pela ironia e pelo grotesco. Na imagem da cidade do
carnaval é determinante a sintaxe da obscenidade, da orgia, da perversão
simbólica.
O
carnaval além de ser uma festa que contamina toda uma cidade, é uma forma de
apropriação urbana que altera sensivelmente a imagem, a ordem e os valores que
regem e faz o estilo de vida dos outros dias do ano, fazendo da cidade o lugar
de uma orgia coletiva. Se a cidade é o centro das operações mercadológicas do
capitalismo, durante o ritual carnavalesco, ela é reorganizada, por um
urbanismo perverso, para permitir a comercialização, consumismo e o desperdício
do erótico, da libido, da violência, materialismo, supérfluo, luxúria e vaidade.
A cidade é percorrida pelo lúdico, pela sedução e até pela apelação direta ao
sexo livre, como registra as campanhas dos preservativos. Uma estranha cidade
portátil é construída dentro da antiga, tendo as barracas de bebidas alcoólicas
como principal serviço urbano. Uma multidão consumidora e espetacular e um
território fantasmagórico se erguem, subvertendo momentaneamente a aparente
racionalidade urbana. Neste audacioso ritual de libertinagem, patrocinado pelo
poder e pelo "bom senso" de uma sociedade indiscretamente moralista,
a cidade é o palco da sedução e de total entrega, sem pudor, aos prazeres da
carne.
Todo
mundo pensa que o Carnaval é uma festa típica do Brasil. Mas toda essa
farra/folia existe desde a Antiguidade e vem de muito longe. Por meio de suas
festas tradicionais, as comunidades estreitam seus laços e mantém sua
identidade como grupo, celebrando também sua vida cotidiana. Em tempos remotos, o homem primitivo pedia
aos deuses proteção e colheitas fartas, muitas vezes usando comida, bebida,
música e dança como oferendas. Como a agricultura está relacionada ao ciclo
das estações, essas celebrações se tornaram periódicas.
No
Egito, festa da Deusa Ísis (http://geocities.yahoo.com.br/marcusu2/isis.html)
e do Boi Apís (http://www.sergiosakall.com.br/africano/materia_egitomitologia.html
e http://www.klepsidra.net/klepsidra16/egito-10.htm).
Na Pérsia, festas da deusa da Fecundidade Naita e de Mira, deus dos Pastores.
Na Fenícia, Festa da deusa da Fecundidade Astarteia. Em Creta, festa da Grande
Mãe, deusa protetora da terra e da fertilidade, representada por uma pomba. Na
Babilônia, as Sáceas, festas que duravam cinco dias e eram marcadas pela
licença sexual e pela inversão dos papéis entre servos e senhores, e pela
eleição de um escravo rei que era sacrificado no final da celebração.
Com
o cristianismo, a Igreja Católica transformou alguns desses rituais pagãos em
homenagens aos santos, conferindo a eles um caráter sagrado de acordo com os princípios
cristãos. Vários elementos das antigas festas pagãs, porém, foram preservados.
No Brasil, a maioria
das festas populares tem origem ibérica, africana e indígena e segue as datas do
calendário católico. São comuns, nas festas populares baseadas no calendário
religioso, manifestações de sincretismo
afro-cristão, que fundem os orixás do candomblé com os santos católicos. Às
vezes, as festas coincidem com o calendário laico/civil.
O Carnaval tem sua
origem no culto agrário praticado pelos povos da antiguidade, em que homens e
mulheres mascarados, com corpos e rostos pintados com carvão e cobertos de
peles e plumas, saiam em bandos para afastar os demônios das casas.
Quando
o cristianismo chegou já encontrou as festas, ditas orgiásticas, no uso dos povos.
Por seus caracteres libertinos e pecaminosos foram a princípio condenados pela
Igreja Católica. Teólogos, doutores e
Papas da Igreja Católica, como São Clemente de Alexandria (escritor e
doutor da Igreja - 150 - 213 d.C.) TERTULIANO
(teólogo romano - Cartago - 155 - 266 d.C., grande pensador polemista dos
primeiros séculos da Igreja, combateram tenazmente o relaxamento dos costumes);
SÃO CIPRIANO (Bispo e mártir. Padre
da Igreja Latina, Cartago, iniciado no século III. Foi decapitado por ocasião
das perseguições de Valério); Inocêncio
II (Papa-Roma: 1130-1140), entre
outros, foram contra o Carnaval.
O
carnaval foi redirecionado e conduzido pela Igreja Católica durante muito
tempo, mas aos poucos foi ficando fora de controle.
A
história registra, em quase todas as culturas conhecidas, o emprego de máscaras durante cerimônias
religiosas, folguedos de plantio e colheita e na representação das artes
cênicas. Na África ela tinha função mística e terrífica. No Brasil era
generalizado o seu uso entre indígenas, embora não tenha alcançado popularidade
entre os colonizadores.
Nas
Caraíbas, o uso de máscaras, penas, fantasias e instrumentos de percussão, bem
como o hábito dos desfiles, teve origem em rituais africanos de cura, exorcismo
de maus espíritos, obtenção de sorte e felicidade. Nos Barbados, Jamaica,
Granada, República Dominicana, Haiti, Cuba, Saint Martin, Ilhas Cayman etc.,
onde os coloridos desfiles são uma constante, são muitas e variadas às
celebrações de Carnaval que podemos encontrar, muitas delas resultantes da fusão entre rituais africanos e tradições Européias.
Pelo
fato de muitas pessoas terem represadas em seu íntimo, inúmeras fantasias,
ansiedades e desejos das mais diversificadas ordens (devido às imposições
legais, religiosas, cristãs, morais, dos bons costumes, éticas, tabus, dogmas etc.),
essas vontades incontidas, costumam ser exteriorizadas em momentos de maior
permissividade, ou mediante o uso de
máscaras para não serem reconhecidos, pois o indivíduo não se permite
mostrar intimamente em função do medo/receio do julgamento alheio ou mesmo por
conta do cerceamento promovido pela legislação humana em tempos ditos normais
ou civilizados.
Dessa
forma, é usual o abuso de bebidas
alcoólicas (até como um agente "encorajador"), a atividade sexual
infrene e irresponsável, assim como o uso de diversas substâncias
estupefacientes, o que transforma esse período num "vencedor"
disparado, em matéria de estatística do terror e do morticínio brutal:
acidentes automobilísticos, assassinatos, suicídios, estupros e outros fatos
lamentáveis comportam-se em um crescente nessas ocasiões. E essas estatísticas
não costumam considerar outros infortúnios ocultos aos olhos da mídia em geral,
tais como: a iniciação homossexual, o defloramento de adolescentes imaturas, as
gravidezes indesejadas desaguando frequentemente em abortos provocados, a
disseminação das doenças sexualmente transmissíveis (inclusive a AIDS) e as
ulcerações morais marcando profundamente certas almas desavisadas e
imprevidentes. O fato é que se torna corriqueira a associação do desregramento
sexual ao alcoolismo e outros tipos de toxicomania e destes com as desgraças
mais mediatas ou mais tardias.
A
dança sempre foi um acessório
cultual, entre os índios, nas religiões afro, no antigo Egito e em inúmeros
cultos antigos. Mircea Eliade, historiador das religiões, afirma que a dança e
a música de tambores eram parte
indispensável dos cultos antigos.
Dez
mil anos antes de Cristo, homens, mulheres e crianças se reuniam no verão com
os rostos mascarados e os corpos pintados para espantar os demônios da má
colheita em ritos de caráter
orgíaco/sexual (simbolizando a fertilidade e produtividade do solo),
deixando-se enlevar pela dança, pela festa e pela embriaguez. Vários povos já
evocavam a Mãe Terra e outros deuses através de sacrifícios animais, relações sexuais sobre a terra arada,
danças, cânticos e outras manifestações. Comemorava-se a chegada da primavera,
agradecendo aos deuses pela volta do clima agradável e bom para a agricultura.
As origens do carnaval têm sido buscadas nas mais antigas celebrações da
humanidade, tais como as Festas Egípcias
que homenageavam a deusa Isis e ao Touro Apis. Os gregos festejavam com grandiosidade nas Festas Lupercais e Saturnais
a celebração da volta da primavera, que simbolizava o Renascer da Natureza.
Mas num ponto todos concordavam, as grandes festas como o carnaval estão
associadas a fenômenos astronômicos e a ciclos naturais.
Com
vestígios de cerimônias pagãs de uma antigüidade esquecida, o Carnaval surgiu
de forma grotesca, brutal, de uma mistura ruidosa e colorida de crenças,
costumes e tradições de fundo místico, envolvendo o antigo Egito e outras
vetustas civilizações como a Grécia, Roma, China, a lendária Índia e África.
Oriundo de rituais pagãos como as festas em honra a Baco (na mitologia romana,
conhecido por Dionísio, na mitologia grega), Pan, Saturno e outros deuses e
semideuses, mergulha as raízes de sua fantasia em recordações que se perdem nas
brumas do passado, recuado nos tempos mais remotos.
Estudiosos divergem
quanto à origem da palavra CARNAVAL. Para uns, a palavra CARNAVAL vem de CARRUM
NAVALIS, os carros navais que faziam a abertura das Dionisías Gregas (ritual ao
deus Dionísio que mais tarde foi celebrado em Roma como Baco, espalhando-se
para os países de cultura neolatina) nos séculos VII e VI a.C., para outros, a
palavra CARNAVAL surgiu quando Gregório I, o Grande, em 590 d.C. transferiu o
início da Quaresma para quarta-feira, antes do sexto domingo que precede a
Páscoa. Ao sétimo domingo, denominado de "quinquagésima" deu o título
de "dominica ad carne levandas", expressão que teria sucessivamente
se abreviado para "carne levandas", "carne levale",
"carne levamen", "carneval" e "carnaval", todas
variantes de dialetos italianos (milanês, siciliano, calabrês, etc..), em latim
"carnem levare", modificada depois para "carne, vale!"
(adeus, carne!) e que significam ação de tirar, quer dizer: "tirar a
carne". Palavra originada entre os séculos XI e XII que designava a
quarta-feira de cinzas e anunciava a supressão da carne devido à Quaresma. O
povo passou a comemorar o começo da QUARESMA, bebendo e comendo, para compensar
o jejum. Provavelmente vem também daí a denominação "Dias Gordos",
onde a ordem é transgredida e os abusos tolerados, em contraposição ao jejum e
à abstenção total do período vindouro (Dias Magros da Quaresma). A terça-feira
(mardi-grass) seria legitimamente a noite do carnaval. Seria, em última
análise, a permissão de se comer carne (exceto a de peixe) antes dos 40 dias de
jejum (Quaresma).
Afirmam
alguns pesquisadores que a palavra CARNAVAL teria surgido em Milão, em 1130,
outros dizem que a festa só teria o nome CARNAVAL na França, em 1268 ou, ainda
na Alemanha, anos 1800. Uma outra corrente, essa menos conhecida, citada no
livro - A Cultura Popular na Idade Média - contexto de François Rabelais, de
Mikhail Bakhtin, diz que: "na segunda metade do século XIX, numerosos
autores alemães defenderam a tese que a palavra carnaval viria de KANE ou KARTH
ou "lugar santo "(isto é, comunidade pagã, os deuses e seus
seguidores) e de VAL ou WAL ou morto, assassinado, quer dizer procissão dos
deuses mortos, uma espécie de procissão de almas errantes do purgatório
identificada desde o século XI pelo normando Orderico Vital, como se fosse um
exército de Arlequins desfilando nas estradas desertas buscando a purificação
de suas almas. Essa procissão saía no dia do Ano Novo, durante a Idade
Média".
Para
uns, o vocábulo advém da expressão
latina "carrum novalis" (carro naval), uma espécie de carro
alegórico em forma de barco, com o qual os romanos inauguravam suas
comemorações.
Em
Roma, em glória ao deus Saturno (deus da
agricultura), comemoravam-se as Saturnais. Esses festejos eram de tamanha
importância que tribunais e escolas fechavam as portas durante o evento,
escravos eram alforriados, as pessoas saíam às ruas para dançar. A euforia era
geral. Na abertura dessas festas ao deus
Saturno, carros buscando semelhança a navios saíam na "avenida", com
homens e mulheres nus. Estes eram chamados os carrum navalis. Muitos dizem que
daí saiu à expressão carnevale.
A
história do carnaval, considerando os seus focos de irradiação, é dividida em
quatro períodos históricos: o Originário, (4.000 anos a.C. ao século VII a.C.),
o Pagão, (do século VII a.C. ao século VI d.C.), o da Cristandade (do século VI
d.C. ao século XVIII d.C.) e o Contemporâneo (do século XVIII d.C. ao século
XX).
Depois
do Egito, o primeiro, do segundo na Grécia e Roma Antigas e do terceiro, no
Renascimento Europeu, particularmente em Veneza, o Carnaval encontra no Rio de
Janeiro o seu quarto foco resgatando o espírito de Baco e Dionisus (o mesmo
deus com nome de Baco na mitologia romana e Dionísio na mitologia grega).
Assim,
o Primeiro Centro (foco, fonte) de Festa do Carnaval foi no Egito, há seis mil
anos atrás, com cânticos e danças em torno de fogueiras, máscaras e adereços.
Os foliões usavam máscaras e disfarces simbolizando a inexistência de classes
sociais. Era celebração aos deuses pela fertilidade e colheita nas primeiras
lavouras, às margens do Nilo.
O
Segundo foco do Carnaval localiza-se na Grécia e em Roma (em homenagem aos deuses Baco [Bacanália, de
onde vem a expressão Bacanal (suruba) - http://www.unilaboralcaceres.net/departamentos/latinygriego/Albumprado/PoussinLa%20Bacanal.jpg], Saturno [Saturnália - http://www.ancientworlds.net/aw/Thread/452274] e Pã [Lupercais, de onde vem a expressão
pandemônio]), entre o século VII a.C. e VI d.C. É nessa época que sexo e
bebidas se fazem presentes na festa em honra ao deus Dionisus (deus do vinho)
com as celebrações dionisíacas.
ZAQUEU:
Nome com que Dioniso (http://www.mondogreco.net/dioniso.htm)
era conhecido, sobretudo, na Ásia Menor e em Creta. Zaqueu é o
grande caçador que aparece em algumas peças de Esquilo, no século VI a.C..
Dionísio,
mais conhecido entre nós como Baco (http://www.adccta.com.br/areas/cultural/grecia5.htm),
era um deus bastardo para os pagãos. As suas raízes mais remotas encontram-se
na Grécia Antiga, no culto a Dionísio, o deus da vindima, que mais tarde foi
celebrado em Roma como Baco, espalhando-se para os países de cultura neolatina.
Dionísio perambulara por muito tempo pela Ásia Menor até que, conta a
lenda/mitologia, pelas mãos do sacerdote Melampo, introduziu-se nas terras
gregas. Tornou-se um sucesso. Conforme as plantações de parreiras se espalhavam
pelas ilhas da Grécia e pela região da Arcádia, mais gente o celebrava. Em
todas as festas no campo ele se fazia cada vez mais presente. Por essa altura,
já entronado como deus das vindimas, representavam-no como uma figura humana, só que de chifres, barbas e
pés de bode, com um olhar invariavelmente embriagado, com a ânfora e com a
taça.
Com
as características, ora de deus da cultura do vinho e da figueira, ora
simbolizado pela Hera e pelos Pinheiros, ora representados pelo bode, Dioniso,
o deus da transformação e da metamorfose,
que havia sido expulso de Olimpo, todos os anos, chegava à Grécia, aos
primeiros raios de sol da primavera, acompanhado de um séquito de sátiros e
ninfas sendo saudado pelos fiéis com música, danças, algazarras, vinhos, sexo e
também violência que por vezes terminava em tragédia.
PISISTRATO
além de incentivar o culto a Dionísio entre os camponeses e lavradores
organizou oficialmente as procissões dionisíadas onde a imagem do deus Dioniso
era transportada em embarcações com rodas (carrum navalis) simbolizando que o
deus havia chegado a Atenas pelo mar, puxadas por sátiros (semideuses que
segundo os pagãos tinham pés e pernas de bode e habitavam as florestas) com
homens e mulheres nus, em seu interior. Seguindo o cortejo, uma multidão de
mascarados, meio a um touro, que depois seria sacrificado, percorria as ruas de
Atenas em frenéticas passeatas de júbilo e alegria. A procissão terminava no
templo sagrado, o Lenaion, onde se consumava a hierogamia (o casamento do deus
com a Polis inteira em procura da fecundação).
Consta
que as primeiras seguidoras do deus Dionísio, há uns 3 ou 3,5 mil anos atrás,
foram mulheres que viram nos dias que lhe eram dedicados um momento para
escaparem da vigilância dos maridos, dos pais e dos irmãos, para poderem cair
na folia "em meio a danças furiosas e gritos de júbilo". Nos dias
permitidos, elas, chamadas de coribantes, saíam aos bandos, com o rosto coberto
de pó e com vestes transformadas ou rasgadas, cantando e gritando pelas
montanhas gregas. Os homens, transfigurados em silenos e sátiros, não demoraram
em aderir às procissões de mulheres e ao "frenesi dionisíaco". A
festança que se estendia por três dias, encerrava-se com uma bebedeira coletiva
em meio a um vale-tudo pansexualista.
As
BACCHANTES, sacerdotisas que celebravam os mistérios do culto a Dioniso, nesse
tempo mais conhecido como BACO (é com o nome de BACO que Dioniso entrou em
Roma, daí alguns estudiosos afirmarem a origem italiana da palavra), ao
invadirem as ruas de Roma, dançando, soltando gritos estridentes e atraindo
adeptos em número crescente, causaram tais desordens e escândalos que o Senado
Romano proibiu as BACANAIS, em 186
a .C..
Nas
antigas Grécia e Roma, entre o século VII a.C. e VI d.C., com as sociedades já
organizadas em castas e rígidas hierarquias, com a nobreza, o campesinato e os
escravos, nitidamente separados por classes acentuam-se as libertinagens e
licenciosidades, provocadas, ao que se supõem, pela necessidade de válvulas de
escape (era o culto ao corpo sem culpa
da filosofia escolástica). Sexo, bebidas e orgias incorporam-se,
definitivamente, às festas que, juntamente com o elemento processional e a
inversão de classes, compõem o modelo que alguns autores consideram o fulcro
estético e etimológico do carnaval.
Essas
festas pagãs eram realizadas de 16
a 18 de dezembro (Saturnais - em honra a deus Saturno na
mitologia grega absorvida por Roma, onde os Tribunais e escolas fechavam as
portas, escravos eram alforriados, dançava-se pelas ruas em grande e
igualitária algazarra) e 15 de fevereiro (Lupercais - em honra a Deus Pã, na
Roma Antiga, dedicados à fecundidade). Os Lupercos, sacerdotes de Pã, saíam
pelados, banhados em sangue de cabra, e perseguiam os transeuntes, batendo-lhes
com uma correia.
Em
março, os Bacanais homenageavam Baco (o deus grego Dionísio em versão romana),
celebrando a primavera inspirados por Como e Momo, entre outros deuses.
Saturno,
deus da agricultura dos antigos romanos, identificado como CRONOS pelos gregos,
pregava a igualdade entre os homens e foi quem ensinou a arte da agricultura
aos italianos. Também expulso do Olimpo, Saturno chegava com os primeiros
sopros do calor da primavera e era saudado com festas e um período de liberação
das convenções sociais. Durante as Saturnálias os escravos tomavam os lugares
dos senhores. Não funcionavam os tribunais e as escolas. Os escravos saiam às
ruas para comemorar a liberdade e a igualdade entre os homens, cantando e se
divertindo em grande desordem. As casas eram lavadas, após os excessos
libertários que aconteciam de 17
a 19 de dezembro (no hemisfério norte correspondia a
entrada da primavera. Com a reforma do calendário e a inclusão de mais dois
meses, julho e agosto, em homenagem aos imperadores romanos Júlio Cesar e
Augusto formam empurrados para diante) seguiam-se a sua Purificação com as
LUPERCAIS, festas celebradas em 15 de fevereiro, em homenagem ao deus Pã que
matou a loba que aleitara os irmão Rômulo e Remo, fundadores de Roma. Os Lupercos,
sacerdotes de Pã, saiam nus dos templos, banhados em sangue de cabra e depois
lavados com leite e cobertos por uma capa de bode perseguiam as pessoas pelas
ruas, batendo-lhes com uma correia. As virgens quando atingidas acreditavam se
tornarem férteis e as grávidas, se tocadas, conseguiam livrar-se das dores do
parto.
Suetônio
conta que no tempo das Saturnais todos os participantes e os escravos podiam
dizer verdades a seus senhores indo até ao extremo de ridicularizá-los do jeito
que bem entendessem.
Dizem
os mitólogos que os chifres de Pã representam os raios do Sol; a vivacidade de
sua tez exprime o fulgor do céu; a pele de cabra estrelada que usa sobre o
estômago representa as estrelas do firmamento; enfim os seus pés e as suas
pernas eriçados de pêlos designam a parte inferior do mundo, - a terra, as
árvores e as plantas. Em Roma, foi identificado ora com Fauno, ora com Silvano.
O
terceiro Centro de festas do Carnaval fixou-se nas cidades de Nice, Roma e
Veneza (bailes de máscaras do Renascimento) e passou a irradiar para o mundo
inteiro o modelo de Carnaval que ainda hoje identifica a festa, com mascarados,
fantasiados e desfiles de carros alegóricos.
Na Roma Antiga,
pessoas mascaradas desfilavam em carros puxados por cavalos, com estrutura semelhante
a barcos, sobre os quais homens e mulheres nus cantavam e dançavam frenética e
obscenamente. Esses carros, chamados carrum novalis, podem ter inspirado o nome
da festa (‘adeus à carne’, ou festa da carne). Hoje, os foliões percorrerem as principais avenidas
atrás de um carro de som extravasando suas emoções e suas paixões carnais.
O
Carnaval de Veneza, na Itália, é diferente em estilo, ritmo e espírito de
qualquer outro carnaval. Já em suas raízes é uma celebração de elite,
intelectualizada, embora hedonística. As fantasias e as famosas máscaras
venezianas inspiram-se na elegância e bom gosto dos trajes dos séculos XVII e
XVIII ou nas personagens da Commedia Dell’Arte, em que figuram os nossos
conhecidos pierrôs, colombinas e polichinelos.
Commedia
dell'arte - Conhecida também como Comédia de Máscaras. A Commedia Dell’Arte era
composta por espetáculos teatrais em prosa, muito populares na Itália e em toda
a Europa na segunda metade do século XVI até meados do século XVIII. O
espetáculo era baseado no improviso dos atores, que seguiam apenas um esquema
elaborado pelo autor para cada cena cômica, trágica ou tragicômica. Grandes
atores criavam as ações e os diálogos diante do público. Tornaram-se famosas as
figuras de Arlequim, do doutor, do capitão Spaventa, de Pulcinella, Pantalone e
Colombina, entre outros, com seus tipos físicos regionais, com seus dialetos e
temperamentos especiais, vestimentas e máscaras características.
Felipe, o Belo (1478 - 1505) costumava se
mascarar no Carnaval. Carlos III sofreu atentado no Carnaval, fantasiado de
urso. O costume do uso de máscara se estendeu de tal maneira que, no século
XVIII, em Veneza tornou-se, quase um hábito diário. O exagero chegou a tal ponto, com homens, mulheres e crianças
permanentemente mascarados, que estimulou o crime. Os homens normalmente com longas capas e mascarados, ao praticarem um
crime, impossibilitavam a polícia identificar os assassinos. Em consequência,
o uso diário de máscara foi proibido. Os venezianos passaram a se mascarar só
durante o carnaval, que, aliás, chegava há durar um mês, ou, em festas e
jantares, hábito este importado para a França.
No
final do século XI, o Carnaval de Veneza aparecia nas crônicas como festejos
que chegavam a durar até seis meses. Por essa época chegou-se até a
regulamentar o uso das máscaras, que haviam invadido o cotidiano do povo
veneziano. São comuns os relatos de abusos
praticados atrás das máscaras durante e depois do carnaval de Veneza: desde a
mais ingênua tentativa de sedução até o adultério; de pequenos furtos até
homicídios. As autoridades proibiram o uso das máscaras no início do século
XVII.
Após
quase desaparecer no século XIX, o Carnaval de Veneza vem, desde 1980, sendo
revivido e encorajado pelas autoridades. Atrai hoje mais de 100 mil pessoas
que, apesar do frio e da ameaça das marés altas que freqüentemente inundam a Praça
de São Marcos, para ali convergem a fim de admirar o luxo das fantasias e das
máscaras.
Em
Veneza, nas belas mansões e palácios do Gran Canale, organizam-se também luxuosos
bailes, regados a champanhe e animados por ruidosas orquestras. A alta
sociedade internacional, afastada do burburinho das ruas, comparece aos salões
dos hotéis de luxo, decorados a cada ano com temas retirados das óperas de
Verdi. Neles dançam-se valsa, tarantela e até mesmo o samba, cada vez mais
popular. O povo, por sua vez, concentrado na Praça São Marcos, se diverte de
maneira bem mais desinibida.
O
Carnaval totalmente Pagão começa oficialmente quando Pisistráto oficializa o culto a Dionísio na Grécia, no século
VII a.C. e, termina, dando origem à festividade apóstata, quando a Igreja
Católica adota, oficialmente, o carnaval, em 590 d.C. e adquire suas
características básicas, na Renascença. Termina no século XVIII, quando um novo
modelo de carnaval (pós-moderno) começa a se delinear. O Carnaval moderno foi
concebido para que as pessoas pudessem extravasar (se esbaldarem com comidas,
bebidas, festas e orgias) antes que chegasse o momento católico de consagração
e jejum light (somente não comer carne, exceto a de peixe) que precede a
Páscoa, ou seja, a Quaresma.
Os foliões, regados a
bebidas alcoólicas e sexo sem limites enchem ilusoriamente o coração, num ato
de total entrega, transe e êxtase, de liberação de todas as tensões reprimidas
realizam todas as suas fantasias, desejos e instintos animais e carnais na
esperança ilusória de poderem neste curto espaço de tempo ceder sem nenhum
temor a Deus, às suas luxurias e concupiscências, afinal, no Carnaval tudo é
permitido/liberado, na ignorância de que na quarta-feira de cinzas confessando
os seus excessos pecaminosos, através da figuração das cinzas em suas testas,
terão os seus pecados perdoados como se Deus tivesse permitido dando o seu aval
para outros deuses serem venerados e adorados nesta celebração.
Por
causa do teor ‘carnal’ da festa, ela foi perseguida pela igreja católica
durante muito tempo, mas, com o tempo, passou a ser tolerada. Assim, antes de
permitir o Carnaval, a Igreja Católica condenava a festa por seu caráter
“pecaminoso”. No entanto, as autoridades eclesiásticas da época se viram num
beco sem saída. Não era mais possível proibir o Carnaval. Foi então que houve a
imposição de cerimônias oficiais sérias para conter a libertinagem. Mas esse
tipo de festa batia de frente com a principal característica do Carnaval: o
riso, a brincadeira, a libertinagem...
É
só em 1545, no Concílio de Trento, que o
Carnaval é reconhecido como uma manifestação popular de rua. Em 1582, o
Papa Gregório XIII transforma o Calendário Juliano em Gregoriano e estabelece
as datas do Carnaval. O motivo da mobilidade da data é não coincidir com a
Páscoa Católica, que não pode ter data fixa para não coincidir com a Páscoa dos
judeus. No início, o carnaval era
comemorado em 25 de dezembro, compreendendo os festejos do Natal, do Ano
Novo e de Reis, onde predominavam jogos e disfarces. Na Gália, tantos foram os
excessos que Roma o proibiu por muito tempo. Foi a Igreja que estabeleceu a
data definitiva: sete domingos antes da Páscoa, geralmente entre 22 de março e
25 abril.
A civilização
judaico-cristã fundamentada na abstinência, na culpa, no pecado, no castigo, na
penitência e na redenção renega e condena o carnaval e muito embora seus
principais representantes fossem contrários à sua realização, no séc. XV, o
Papa Paulo II contribuiu para a sua evolução imprimindo uma mudança estética ao
introduzir o baile de máscaras quando permitiu que em frente ao seu palácio, na
Via Lata, se realizasse o carnaval romano. Já no carnaval romano, viam-se
corridas de cavalo, desfiles de carros alegóricos, brigas de confetes, corridas
de corcundas, lançamentos de ovos e outros divertimentos. Como a Igreja
proibira as manifestações sexuais no festejo, novas manifestações adquiriram
forma: corridas, desfiles, fantasias, deboche e morbidez. Estava reduzido o
carnaval à celebração ordeira, de caráter artístico, com bailes e desfiles
alegóricos.
"O
Carnaval é uma celebração que combina desfiles, enfeites festas folclóricas e
comilança que é comumente mantido nos países católicos durante a semana que
precede a Quaresma. Carnaval, provavelmente vem da palavra latina
"carnelevarium" (Eliminação da carne), tipicamente começa cedo no ano
novo, geralmente no Epifânio, 6 de Janeiro, e termina em Fevereiro com a Mardi
Gras na terça-feira da penitência (Shrove Tuesday)." (The Grolier
Multimedia Encyclopedia, 1997. Traduzido por Irlan de Alvarenga Cidade).
Tudo isso era apenas
pretexto para que os romanos e gregos continuassem com suas comemorações pagãs,
apenas com outro nome,
já que a Igreja Católica era quem ditava as ordens na época e não era nada
ortodoxo se manter uma comemoração pagã em meio a um mundo que se dizia
Cristão.
O
Carnaval Originário tem como marco inicial a criação dos cultos agrários e,
como ponto final a oficialização das festas a Dioniso, durante o reinado de
Pisistrato na Grécia, de 605 a
527 a .C.
"Provavelmente
originário dos "Ritos da Fertilidade da Primavera Pagã", o primeiro carnaval que se tem origem foi
na Festa da deusa Osíris no Egito, o evento que marca o recuo das águas do
Nilo. Os Carnavais alcançaram o pico de distúrbio, desordem, excesso, orgia e
desperdício, junto com a Bacchanalia Romana e a Saturnalia. Durante a Idade
Média a Igreja tentou controlar as comemorações. Pré-Cristãos medievais e
Carnavais modernos têm um papel temático importante. Eles celebram a morte do
inverno e a celebração do renascimento da natureza, ultimamente reúnem o
individual ao espiritual e aos códigos sociais da cultura. Ritos antigos de
fertilidade, com eles sacrifícios aos deuses, exemplificam esse encontro, assim
como fazem os jogos penitenciais Católicos. Por outro lado, o carnaval permite
paródias, e separação temporária de constrangimentos sociais e religiosos. Por
exemplo, escravos são iguais aos seus mestres durante a Saturnália Romana; durante
o carnaval fantasias sexuais e tabus sociais são, algumas vezes,
temporariamente suspensos." (The Grolier Multimedia Encyclopedia, 1997.
Traduzido por Irlan de Alvarenga Cidade).
O Carnaval é uma
festa pagã que os católicos tentaram mascarar para parecer com uma festa
cristã, assim como fizeram com o Natal e outros rituais e cerimônias pagãs. Os romanos adoravam comemorar com orgias, bebedices e glutonaria. A Bacchanalia era a festa em homenagem a
Baco (o deus grego Dionísio em versão romana), deus do vinho e da orgia, na
Grécia, havia um deus muitíssimo semelhante a Baco, seu nome era Dionísio, da
Mitologia Grega Dionísio era o deus do vinho e das orgias. Veja o que The
Grolier Multimedia Encyclopedia, 1997 diz a respeito da Bacchanalia, ou Bacanal
(http://www.uco.es/~ca1lamag/Galerias/PUUSSIN%20Bacamal.JPG),
Baco e Dionísio e sobre o Festival Dionisiano: "O Bacanal ou Bacchanalia
era o Festival romano que celebrava os três dias de cada ano em honra a Baco,
deus do vinho. Bebedices e orgias sexuais e outros excessos caracterizavam essa
comemoração, o que ocasionou sua proibição em 186 dC." (The Grolier
Multimedia Encyclopedia, 1997. Traduzido por Irlan de Alvarenga Cidade).
A
Pintura “Triunfo de Baco y Ariadna” (http://cv.uoc.es/~991_04_005_01_web/fitxer/farnese2.jpg),
de 1597, de Annibale Carracci: Fresco. 600 x 1800 cm . Encontra-se no Palácio
Farnese, em Roma (http://cv.uoc.es/~991_04_005_01_web/fitxer/perc68a.html).
"Da
Mitologia Romana, Baco era o deus do vinho e da orgia. O filho de Semele e
Júpiter, Baco era conhecido pelos gregos como Dionísio. Sua esposa era Ariadine."
"Dionísio
era o antigo deus grego da fertilidade, danças ritualísticas e misticismo. Ele
também supostamente inventou o vinho e também foi considerado o patrono da
poesia, música e do drama. Na lenda Órfica Dionísio era o filho de Zeus e
Persephone; em outras lendas, de Zeus e Semele. Entre os 12 deuses do Monte
Olimpo ele era retratado como um bonito jovem muitas vezes conduzido numa
carruagem puxada por leopardos. Vestido com roupas de festa e segurando na mão
uma taça e um bastão. Ele era geralmente acompanhado pela sua querida e
atendido por Pan, Satyrs e Maenades. Ariadine era seu único amor."
"O
Festival Dionisiano era muitas vezes orgíaco, adoradores algumas vezes
superavam com êxtase e entusiasmo ou fervor religioso. O tema central dessa
adoração era chamado Sparagmos: deixar de lado a vida animal, a comida dessa
carne, e a bebida desse sangue. Jogos também faziam parte desse festival."
(The Grolier Multimedia Encyclopedia, 1997. Traduzido por Irlan de Alvarenga Cidade).
Foi na Idade Média
que a folia se expandiu numa verdadeira orgia, num delírio total e loucuras
coletivas. Um pandemônio! Na Itália da Renascença era uma festa de arte; na
França, uma festa mística, extravagante e irônica, como a debochada festa dos
loucos, diante da Catedral de Notre-Dame, em Paris. Enquanto isso,
na Espanha eram realizadas Batalhas de Flores.
Há
referências a comemorações na França, com vinho e sexo; na Itália, como é o
caso de Nápoles, os cortejos costumavam levar um enorme falo (órgão sexual
masculino) pelas ruas da cidade.
O
mundo vibra de alegria com o fascinante Carnaval, um misto de realidade e
fantasia, período em que os foliões celebram o majestoso reinado de Momo à sua
maneira nas ruas e nos salões, com uma alegria espontânea e imprevista.
Sofrendo
transmutações ao longo do tempo, tornou-se mítico, conquistando o mundo inteiro
e acolhendo até o irreverente deus Momo,
que havia sido expulso do Olimpo e que, uma vez na Terra, incorporou-se de
carne e osso na figura soberba do Monarca da Folia, tornando-se o símbolo eminente do Carnaval brasileiro.
Século
XVIII - Os Maracatus de Baque Virado ou Maracatus de Nação Africana surgiram
particularmente a partir do século XVIII. Melo Morais Filho, escritor do século
passado, no seu livro "Festas e Tradições Populares", descreve uma
Coroação de um Rei Negro, em 1742. Pereira da Costa, à página 215 do seu livro,
"Folk Lore Pernambucano", transcreve um documento relativo à coroação
do primeiro Rei do Congo, realizada na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, da
Paróquia da Boa Vista, na cidade do Recife. Os primeiros registros destas
cerimônias de coroação datam da segunda metade deste século nos adros das
igrejas do Recife, Olinda, Igarassu e Itamaracá, no estado de Pernambuco,
promovidas pelas irmandades de NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DOS HOMENS PRETOS e de
SÃO BENEDITO.
Também
o galante Arlequim, palhaço das antigas comédias italianas; a graciosa
Colombina e o sentimental Pierrô passaram a figurar no Carnaval, aparecendo
ainda na simbologia carnavalesca o misterioso Dominó, contribuindo, assim, para
imortalizar a grandiosa festa pelo mundo afora. Pelo menos, os famosos
personagens, Pierrô, Colombina e Arlequim, foram eternizados através de canções
carnavalescas.
No
século XV, durante as festas do carnaval romano, o papa Paulo II gostava de
apreciar as carruagens alegóricas que passavam diante do seu palácio, e, no
reinado de Luiz XIV, o carnaval atingiu o seu esplendor na França. O magnífico
soberano promovia festas carnavalescas em sua corte, aonde chegou a se
apresentar ostentando uma maravilhosa fantasia representando o Sol, ganhando
então a pomposa denominação de Rei-Sol.
Nos
séculos XV e XVI surgiram às máscaras públicas na Itália e já em fins do século
XIX a Europa se orgulhava de possuir os mais belos carnavais do mundo,
festejados em Roma, Veneza, Colômbia (SIC: certo seria a cidade alemã Colônia),
Nápoles, Florença, Moscou, Munique, Lisboa e em outras cidades do Velho Mundo.
O Carnaval tinha um caráter diferente entre os povos europeus, era uma
miscelânea e o delírio da folia envolvia a todos: nobres e plebeus.
Contagiando
pelo seu humor e ritmo, sonho, fantasia, realidade e irrealidade, o alegórico
reinado de Momo se fixou em vários países e, de acordo com a opinião dos
cronistas da época, era "leviano e licencioso", na França;
"quase triste", na Inglaterra; "monótono e feio", na
Rússia; "pesado e sensual", na Alemanha; "tumultuoso e
alegre", na Espanha e "insípido e porco", em Portugal, através
do Entrudo.
Nos
tempos dos doges, o carnaval de Veneza era romântico e lírico, com serenatas e
bailes mascarados. A festa veneziana tornou-se mundialmente famosa pela
exclusiva comemoração nos canais, onde navegavam gôndolas iluminadas, além de
contar com alegres arlequins, polichinelos e outros personagens da Comédia
d'ell arte, que se concentravam na Praça de São Marcos.
Os
primeiros desfiles alegóricos de Viareggio, na Região Toscana, remontam ao ano
de 1873, transformando-se, com o correr do tempo, no maior centro carnavalesco
da Itália, atraindo uma multidão de turistas para ver os desfiles de bonecos
gigantescos. Em Portugal, a tradição carnavalesca foi mantida durante muito
tempo nos arredores de Lisboa, cenário de corsos, batalhas de flores e do Zé
Pereira, merecendo realce o carnaval do Estoril, com seus corsos floridos e
desfiles alegóricos.
Na Alemanha,
predomina o carnaval de Colônia, às margens do Reno, onde foi coroado o
primeiro rei da folia em 1832, cuja atração é um desfile de enormes carrões e
mascarados. Em Munique também reina grande animação, onde, segundo a tradição
da Bavária, a rainha do carnaval recebe uma coroa de salsichas, além da
distribuição de muita cerveja para os seus súditos.
O
carnaval de Luanda, em Angola, já teve o seu esplendor através de cortejos
lembrando as cortes africanas, enquanto que o carnaval de Bâle, na Suíça, é
muito divertido. O de Binche, na Bélgica, vem do século XVI, tendo como atração
um fantástico cortejo de homens emplumados, iluminado por fogos de artifícios.
Porém, o mais famoso carnaval da Europa é o de Nice, com uma monumental parada
de carros alegóricos e gigantescas figuras movimentadas. A dinastia do seu Rei
Carnaval vem de 1893, sendo que, em 1984, a majestosa festa carnavalesca da Riviera
Francesa comemorou 100 anos. Até hoje é admirada e aplaudida pelas suas
dimensões artísticas.
Na
Rússia, a Maslenitsa dá adeus ao inverno, com corridas de esqui, patinação,
danças com acordeão, balalaika, blinky masleye (panquecas amanteigadas) e, é
claro, muita vodka.
No
carnaval de Colônia, na Alemanha, as mulheres se armam com tesouras e saem
pelas ruas para cortar as gravatas dos homens.
Em
Veneza, a tradição consagrou os fogos de artifício e foliões mascarados,
inspirados na velha Commedia dell’Arte.
Na
Bolívia, os mineiros de Oruro veneram a mãe-terra, Pachamama, dançando
fantasiados de demônios.
Em
Trinidad e Tobago, no mar do Caribe, o Carnaval é colorido e espetacular,
conservando acentuada influência africana e chinesa, ao som do calipso tocado
por bandas que desfilam pelas ruas, principalmente, em Port-of-Spain, com
foliões ostentando vistosas fantasias, lembrando guerreiros, sacerdotes e
deuses africanos, bem como mandarins e dragões da velha China.
O carnaval surgiu no
Brasil em 1723,
com a migração vinda das ilhas portuguesas da Madeira, Açores e Cabo Verde.
Durante as festividades carnavalescas violentas, chamadas de Entrudo (palavra
de origem latina que significa "entrada"), a diversão dos foliões era
jogar água uns nos outros, loucas correrias, mela-mela de farinha, água com
limão, sendo substituído depois pelas batalhas de confetes e serpentinas.
O carnaval em
Portugal bebeu de muitos ritos pagãos ligados a celebrações da natureza,
sobretudo de recomeço da vida purificada na Primavera, com a morte das culturas
antigas e o germinar das novas. Por isso, enraizado no folclore português está
o enterro de uma personagem, de um animal ou de uma coisa comum (o mais
constante é o Enterro do Bacalhau), para depois se celebrar a vida, com danças,
cortejos, muita cor, luz e música. Assim se vislumbram os motivos da morte que
se projetam da festa da vida que é o Carnaval. Em muito locais, associado ao
Enterro do Bacalhau, surge um Julgamento, que funciona como sátira à imposição
eclesiástica de abstinência e jejum durante a Quaresma.
O
Carnaval brasileiro é considerado o "maior do mundo", uma festa de
muitas cores (como eram as Saturnálias - http://www.phantimage.net/gallery/osirius/pages/03BlowUp.htm),
ritmo e sensualidade decantada em prosa e verso, principalmente no Rio de
Janeiro, desde os tempos da Monarquia, embora a figura soberana do Rei Momo tenha surgido em pleno período
republicano, quando foi aclamado pelos foliões cariocas com a mesma saudação
das bacantes: - Evoé! Evoé!
Momo
era o deus da galhofa e do delírio, da irreverência e do achincalhe, tendo sido
expulso do Olimpo por seu comportamento zombeteiro.
Como
o Carnaval português sempre foi muito diferente do de outros países europeus,
acabou refletindo no jeito brasileiro de festejar até o século 19. Em Portugal,
os festejos eram violentos, bárbaros. A festa do Momo ou entrudo, como era
chamado, consistia em molhar as pessoas com água, jogar-lhes ovos, comida,
farinha e lama.
Era
semelhante ao que ocorria em Portugal - descritas pela Enciclopédia Português-Brasileira:
"Pelas ruas generalizava-se uma verdadeira luta em que as armas eram os
ovos de gema, ou suas cascas contendo farinha ou gesso, cartuchos de pós de
goma, cabaças de cera com água de cheiro, tremoços, tubos de vidro ou de cartão
para soprar com violência, milho e feijão que se despejavam aos alqueires sobre
as cabeças dos transeuntes. Havia ainda as luvas com areia destinadas a cair de
chofre sobre os chapéus altos ou de coco dos passantes pouco previdentes e até
se jogava entrudo com laranjas, tangerinas e mesmo com pastéis de nata ou
outros bolos. Em vários bairros atiravam-se à rua, ou de janela para janela,
púcaros e tachos de barro e alguidares já em desuso, como depois se fez também no
último dia do ano, no intuito de acabar com tudo de velho que haja em casa. Também se
usaram nos velhos entrudos portugueses a vassourada e as bordoadas com colheres
de pau, etc."
Depois,
apareceram as laranjinhas-de-cheiro e borrachas com água perfumada. Já no
século XVIII, os foliões atiravam de tudo: ovos podres, pós de todos os tipos,
tomates estragados, etc.
Isso
só mudou quando D. João V impôs à festa um caráter religioso. Assim, em 1785, é realizado em Lisboa o primeiro
baile de máscaras à moda francesa, para festejar o casamento do filho do rei,
mais tarde D. João VI e Carlota Joaquina. No resto da Europa, o entrudo era
‘artístico’, com a presença de dançarinos e arlequins.
O
entrudo era uma brincadeira violenta, que consistia em atirar baldes d'água,
balões cheios de vinagre ou groselha, e pós como cal e farinha, com a intenção
de molhar ou sujar as pessoas que passavam pelos foliões. A brincadeira foi
proibida inúmeras vezes, mas ela só desapareceu no início do século 20, com a
popularização do confete.
O
entrudo incentivou a criação de uma festa em local fechado, para um público
selecionado, que queria se divertir civilizadamente. Assim, surgiram em 1840 os bailes de carnaval,
inspirados nos grandes bailes de máscaras realizados na Europa. O sucesso
incentivou outras casas de espetáculos a promover seus próprios bailes. Hoje,
essas festas não são tão elitistas, e as
máscaras praticamente deixaram de ser usadas, pois os foliões não têm mais medo
de ser reconhecidos na festa.
O
Brasil já comemorou o Carnaval de diversas formas: entrudo, até meados século
19, baile de máscaras (e depois os concursos de fantasia) e corso (desfile de
carruagens e automóveis em que saiam as famílias ricas).
No
início, o entrudo, como em Portugal, era a festa dos povoados brasileiros,
enquanto nos bairros ruas havia a festa de Reis em janeiro e as de Santo
Antônio, São João e São Pedro, em
junho. O entrudo, no Brasil, se dava entre famílias amigas,
da mesma classe social, que produziam limões e laranjas de cera recheadas de
água perfumada para os ‘ataques’ carnavalescos.
Só
por volta de 1850 ocorreu a passagem do entrudo para o Carnaval. A festa foi
batizada de ‘Carnaval Veneziano’, ‘Grande Carnaval’ e, finalmente, ‘Carnaval’.
O primeiro baile de máscaras brasileiro foi realizado e 1840, mas o Carnaval só
foi para a rua em 1850. Eram os bailes acompanhados por préstitos (desfiles de
carros alegóricos animador por atrizes e mulheres ‘mundanas’) e corsos
(destinados a senhoras de ‘boa índole’).
Aos
poucos, o entrudo português foi sendo
adaptado, ao assimilar as tradições africanas. A tradição dos desfiles tem
origem nas reuniões de escravos, que organizavam cortejos com bandeiras e
improvisavam cantigas ao ritmo de marcha. Aos escravos devem-se os ritmos e
instrumentos de percussão usados no Carnaval brasileiro. No século XIX, os
operários urbanos começaram a juntar-se em grêmios (associações profissionais),
que continuaram e desenvolveram a tradição dos desfiles. Ao mesmo tempo em que
se desenvolviam as futuras escolas de samba, institucionalizadas no Rio em
1935, as classes altas importavam da Europa os sofisticados Bailes de Máscaras
e as Alegorias. Em 1870 foi criado o Maxixe, um tipo de música específico para
o Carnaval.
No
Brasil o carnaval é festejado tradicionalmente no sábado, domingo, segunda e
terça-feira anteriores aos quarentas dias que vão da quarta-feira de cinzas ao
domingo de Páscoa. Na Bahia é comemorado também na quinta-feira da terceira
semana da Quaresma, mudando de nome para Micareta (carnavais fora de época).
Esta festa deu origem a várias outras em estados do Nordeste, todas com características
baianas, com a presença indispensável dos Trios Elétricos e são realizadas no
decorrer do ano; em Fortaleza realiza-se o Fortal; em Natal, o Carnatal; em João Pessoa , a
Micaroa; em Campina
Grande , a Micarande; em Maceió, o Carnaval Fest; em Caruaru,
o Micarú; em Recife, o Recifolia, etc.
Assim,
no mês de dezembro, o “mês das festas”, como também é conhecido, há uma série
de festas folclóricas, as Lapinhas, Reisados, Guerreiros, Autos, Pastoris, Bumba-meu-boi,
Marujada, Carimbo, Afoxé, Boi de Carnaval, Frevo, Caboclinho, Maracatu, Urso e
Rei Momo.
O
Corso - Percorria o seguinte itinerário: Praça da Faculdade de Direito, saindo
pela Rua do Hospício, seguindo pela Rua da Imperatriz, Rua Nova, Rua do
Imperador, Princesa Isabel e parando, finalmente na Praça da Faculdade. O corso
era composto de carros puxados a cavalo como: cabriolé, aranha, charrete e
outros. A brincadeira no corso era confete e serpentina, água com limão e
bisnagas com água perfumada. Também havia caminhões e carroças puxadas a cavalo
e bem ornamentadas, rapazes e moças tocavam e cantavam marchas da época dando
alegre musicalidade ao evento. Fanfarras contratadas pelas famílias desfilavam
em lindos carros alegóricos.
As comemorações de
Carnaval são anteriores ao surgimento do samba. Nos primórdios, o
carnaval era dançando a moda européia, com músicas como a polca. Os
participantes desfilavam ao som de óperas como Aída. No início do século, os
desfiles se davam ao som de marchas-rancho. Nos bailes, podiam-se ouvir valsas,
marchas militares e xotes.
A
origem do samba está nas danças e ritmos praticados pelos escravos africanos.
Afirma-se que a palavra vem de semba, que significa umbigada em dialeto
africano.
O samba surgiu da
mistura de estilos musicais de origem africana e brasileira. O samba é tocado com
instrumentos de percussão (tambores, surdos e timbau) e acompanhado por violão
e cavaquinho. As raízes do samba foram fincadas em solo brasileiro na época do
Brasil Colonial, com a chegada da mão-de-obra escrava em nosso país.
A festa começa na
sexta-feira, quando o Rei Momo recebe, em praça pública, as chaves simbólicas
da cidade, depois de desfilar, em carro aberto, com a rainha e princesas, pelas
ruas centrais da cidade. A ordem de "alegria geral" do Rei é cumprida
literalmente.
Esse
ato é tradição da Roma pagã, onde a inversão de papéis sociais marcava o
carnaval desde o Império Romano. Dionísio, deus do vinho, por exemplo, era
festejado por gregos e romanos. Conhecido como Baco entre os romanos, ele
servia de inspiração à farra desmesurada e ao erotismo do período momesco.
Aliás, você já se perguntou por que o carnaval ganhou esse nome gozado? Gozado
mesmo. Momo era o símbolo da
irreverência e do delírio.
Na
Roma Antiga, todos os anos, havia enormes festejos em honra ao deus do tempo,
Saturno. Eram as saturnais, que envolviam pessoas de todas as classes, da
nobreza aos escravos. Nessa ocasião, um soldado era coroado Rei Momo. Por dias
a fio, ofereciam-lhe banquetes, bebidas, diversão a toda prova. Mas a alegria
durava pouco... Ao final da festa, ele era brutalmente sacrificado. Era a
"quarta-feira de cinzas" do Império Romano, a ruptura que marcava o
retorno à rotina e aos papéis sociais de origem.
Confira o Samba
enredo da Escola de Samba: Camisa Verde e Branco (de São Paulo) para o Carnaval
2006
- "Das vinhas aos vinhos - Do profano ao sagrado, uma viagem ao mundo do
prazer com o néctar dos deuses" (http://noticias.uol.com.br/carnaval/2006/sp/esc_camisaverdeebranco.jhtm):
Revivendo a história...
“Das vinhas ao vinho, viagem ao prazer
Na
Grécia a um cortejo apresentou
Mostrou
magia,
por onde passou
Deus
Dionísio
propagou, a vinicultura
Turcos, fenícios e as civilizações
Do fruto extraíram a bebida
Presente nas festas dos reis
Profano
em sua monarquia
E a
religião o consagrou
Da água para o vinho, a transmutação
Grande aliança entre os irmãos
Caminho de paz e da união
Tomai eis o meu sangue sagrado
Bebei, pra remissão dos pecados
A benção do eterno salvador
A esperança de viver com mais amor
Néctar
dos Deuses,
seu sabor, vou desvendar...
Da Europa ao Brasil
Na trajetória das mudanças ao plantio
Volto as Quintas no horizonte
Sigo os passos do imigrante
Pioneiro lá do Sul
Pra comemorar...
Seja do “Porto”, espumante ou rose
A Barra funda ergue a taça...
E brinda ao Ano Novo com você!
Sou Verde e Branco... Eu sou
Semente da Raiz
Celeiro do samba... Berço de bamba
Meu cantar é mais feliz...”
Vejamos
ainda a poesia de Ligia Tomarchio:
"Carnaval de ideias
místicas
tradições culturais remotas
carrosséis turbinados tecnológicos
nada lembra o passado.
História perdida no baú do esquecimento
passistas, porta-bandeiras, baianas,
baterias, alas de frente,
desfilam a falta da tradição perdida.
Sem
mérito, moral, todos pagãos
reinventam a grande festa afro-brasileira
visitada por vários mundos distantes
fascinados
pela sensualidade tropical.
Exibem aos forasteiros alucinados
estridentes sons e gestos sensuais
fantasias
de anjos, deuses, animais
versejam
cantos exóticos
perseveram no seu intento de entreter.
Um povo carente de educação e cultura
onde a fome, o tráfico e a impunidade imperam
financiados pelos donos do Brasil
expõem seus destaques seminus.
Sobre alegorias flutuantes milionárias
frenéticos
corpos sedentos de sexo
dançam, rebolam, estrebucham
com a ausência de justiça social e igualdade
de direitos.
Revolta minha envolta de espanto
vendo tanta dor e miséria periférica
vejo apenas mascarados qual bandidos
ladrões da dignidade e da poesia.
Com trabalho o ano inteiro
muitos
sobrevivem da festividade pagã.
Pessoas religiosas, famílias unidas
na costura desses fardos da sociedade
decadente.
Reflexos podem ser vistos
nos periódicos jornalísticos
do exibicionismo
pernicioso
das rainhas e reis do Carnaval.
Súditos encharcados e bêbados
acometidos de loucura oportunista
digladiam-se por uma chance
de ao menos por alguns instantes
participarem de blocos fantasiados de
alegria.
Sentem-se assim, menos miseráveis
e até cidadãos da pátria mãe gentil
entregue aos estrangeiros da guerra.
Pactuar com essa Babel
retroceder às medievais barbáries não fará de
mim alguém mais feliz...
Apenas uma brasileira envergonhada
pelas injustiças da pirâmide social onde
todos desmoronam a cada quarta-feira de cinzas..."
Recapitulando, vemos a
seguir um quadro cronológico:
Festas
agrárias realizadas no antigo Egito em devoção a Osíris
|
|
Surgimento
do Deus Campestre Dioniso, na Trácia.
|
|
Oficialização
do culto a Dioniso na Grécia, durante o reinado de Pisistrato em Atenas, com
bacanais e vinho.
|
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Século
V a.C.
|
Referências
de cultos semelhantes ao de Dioniso entre os Hebreus, a Festa das Sáceas;
entre os Babilônios, a festa da Deusa Herta
|
Reinado
de Péricles. A cidade de Atenas se projeta como um grande centro de arte. Início
da repressão ao culto a Dioniso na Grécia. Referências de cultos semelhantes
ao de Dioniso no Egito, a festa da Deusa Ísis e do Touro Apís; entre os
Hebreus, a Festa das Sáceas; entre os Babilônios, a festa da Deusa Herta.
|
|
O
Senado Romano reprime os bacanais, festas em homenagem a Baco, o Dionísio dos
Romanos, pois geram desordens e escândalos.
|
|
325
d.C.
|
O
Concílio de Nicéia institui forma de cálculo da data da Páscoa, determinando
que a Quaresma se inicia 40 dias antes. A marcação das datas do carnaval
obedece às regras que determinam a Páscoa dos católicos, por isso, são também
móveis variando de 05 de fevereiro aos 03 de março (a Páscoa dos católicos
não pode ter data fixa, para não coincidir com a Páscoa dos judeus que é
fixa, a 15 de Nissam).
A
Igreja Católica, ao constatar a ineficiência das proibições dos festejos,
ditos pagãos, arraigados no inconsciente coletivo dos povos, tratou de
adaptar ao calendário Eclesiástico as festas consideradas profanas, mas não
totalmente desligadas da religião. Esse foi um dos assuntos exaustivamente
debatidos no I Concílio de Nicéia, em 325 d.C.. Foram então, permitidas
comemorações libertas de orgias e permissividades, na hipotética data do
nascimento de Cristo, dia 25 de dezembro, época aproximada das festas
greco-romanas. Permitiam-se celebrações que passando pela entrada do Ano Novo
terminava na Epifania, dia 06 de Janeiro (Dia de Reis). A intenção da igreja
era “cristianizar” as festas pagãs realizadas em dezembro (solstício do
inverno, entre elas, a festa mitraica que celebrava o Natalis Invictis Solis
da religião Persa, que rivalizava com o cristianismo nos primeiros séculos da
Era Cristã, bem como as Saturnálias de Roma e os cultos solares entre os
Celtas e os Germânicos).
|
590
|
O Papa
Gregório I, cria a expressão “dominica ad carne levandas”, sucessivamente
abreviada até a palavra Carnaval.
|
Idade
Média
|
Os
franceses comemoravam o Carnaval com sexo e vinho. Em Itália fazem-se
cortejos e as pessoas divertem-se com batalhas de água, ovos, etc. A Europa
divide-se em países que encaram o Carnaval como celebração religiosa e países
em que o Carnaval é a festa da gula, do vinho, da música e do sexo
|
1420
|
Ocorreu
o primeiro carnaval veneziano para comemorar a vitória de Veneza sobre
Aquiléia: a realização de um desfile satirizando os derrotados.
|
1464
|
O Papa
Paulo II incentiva o Carnaval de Veneza na sua vertente religiosa, mas o
Carnaval continua a ser visto como um período de permissividade associado ao
uso das máscaras transformadoras, alegorias e fantasias.
|
1500
|
Em
|
1545
|
No Concílio de Trento, o Carnaval é
reconhecido como uma manifestação popular de rua importante, não devendo ser
hostilizado pelo Clero. Hélio Damante em “Secularização do Carnaval”, cultura
nº 172, 1980, página 6 e
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1549
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Ocorreu
a primeira procissão brasileira de Corpus Christi quando o primeiro
governador-geral, Tomé de Souza, fundou a cidade de Salvador (BA).
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1582
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O Papa
Gregório XIII transforma o Calendário Juliano em Gregoriano e estabelece as
datas do Carnaval.
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1711
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Início
das festas de coroação do Rei e Rainha do Congo.
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1723
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Portugueses
introduzem celebrações do Entrudo no Brasil proveniente das ilhas portuguesas
da Madeira, Açores e Cabo Verde.
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1785
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É
realizado em Lisboa o primeiro baile de máscaras à moda francesa, para
festejar o casamento do filho do rei, mais tarde D. João VI e Carlota
Joaquina.
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1800
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Data
deste ano o início da procissão dos ossos, um dos mais antigos cortejos
religiosos. A procissão dos ossos deixou de se realizar após 1850, quando o
Imperador daí em diante passou a indultar os condes condenados à última pena.
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1832
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Na
Alemanha, às margens do Reno, foi coroado o primeiro rei da folia.
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1840
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Os
primeiros bailes de Carnaval surgiram por volta de 1840 e eram animados por
canções portuguesas, sobretudo as quadrilhas e as chamadas chanças lusitanas.
Seguiram-se a polca e os ritmos do carnaval italiano.
No
Brasil, surgiram os bailes de carnaval, no Hotel Itália, no Rio, ao som de
valsas, quadrilhas e habaneras, inspirados nos grandes bailes de máscaras
realizados na Europa.
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1848
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No
Brasil, o sapateiro português José Nogueira de Azevedo Prates, o Zé Pereira,
saiu por aí tocando bumbo. Deu origem aos primeiros blocos de rua.
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1850
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No
Brasil, o Carnaval foi para as ruas.
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1855
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No
Brasil, surgiram os primeiros grandes clubes carnavalescos.
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1857
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Durante
o Mardi Grass, mais de 50 agremiações desfilam pelas ruas da cidade, os bares
ficam o tempo todo abertos, e são tomados por multidões com os mais exóticos
trajes, que bebem e saem às ruas fazendo a maior algazarra nas passagens das
agremiações. O ponto de encontro do carnaval negro é a Av. Clair Borne, onde
se espalham as mais exóticas tribos, com elaboradas e esquisitas fantasia. O
monarca da festa é o Rei ZULÚ. Há uma mistura de ritmos de origem negra.
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1866
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No
Brasil, os cordões começaram com as sociedades carnavalescas.
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1870
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No
Brasil, foi criado o Maxixe, um tipo de música tipicamente brasileira e
específica para o Carnaval.
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1873
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Ocorrem
os primeiros desfiles alegóricos de Viareggio, na Região Toscana,
transformando-se, com o correr do tempo, no maior centro carnavalesco da Itália,
atraindo uma multidão de turistas para ver os desfiles de bonecos
gigantescos.
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1882
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Surge
em Nice, O corso que é formado por um grande cortejo, onde se destacam o Rei
Momo e seu grupo de cortesões acompanhando de um séquito de 5 mil crianças,
20 carros alegóricos e 800 máscaras gigantescas representando personagens
conhecidos da cidade. No último dia de carnaval acontece o cortejo de
incinerações. As máscaras e bonecos são queimados na praia e há um espetáculo
de fogos de artifício, marcando o fim das festividades. Na Avenida Atlântica
de Nice, na Promenade de Anglais, são organizadas as famosas batalhas das
flores, compostas pelo cortejo de inúmeros carros alegóricos, cheios de
bonitas garotas, entre elas a rainha do carnaval, que passam jogando milhares
de buquês de flores para o público. Cerca de 10 toneladas de flores são
distribuídas pela prefeitura. O carnaval de Nice tem um calendário dilatado,
de 15 de fevereiro a 4 de março.
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1884
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A Sra.
da Conceição Aparecida passou a usar, oficialmente, a coroa ofertada em 1884
pela Princesa Isabel, bem como o manto azul-marinho.
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1885
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Nasce o
primeiro afoxé. Era o Embaixada Africana, que desfilou com roupas e adornos
importados na África. Os afoxés são sociedades carnavalescas fundadas por
negros, na Bahia, inspiradas nas tradições africanas.
Os
grupos de afoxé são manifestações artísticas de grande valor na cultura
baiana, ligadas diretamente aos cultos afro-brasileiros, especialmente aos
antigos atos de devoção às divindades do candomblé.
Apesar
das mudanças socioculturais, os grupos de afoxé mantêm vários traços
característicos da cultura africana: entoam cantos em dialetos africanos,
usam instrumentos de percussão como atabaques e agogôs, além das cores e
símbolos ligados às tradições dos cultos africanos. Um dos afoxés mais
conhecidos, citado pelos compositores baianos Caetano Veloso e Gilberto Gil
em algumas de suas canções, é o Filhos de Gandhi.
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1889
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Os
primeiros blocos foram licenciados pela polícia no Rio. Os integrantes
fantasiados percorriam as ruas ao som de instrumentos de percussão.
Surge a
Sociedade Carnavalesca Triunfo das Concubinas, o primeiro cordão organizado
da Cidade.
A
compositora Chiquinha Gonzaga compõe O ABRE-ALAS, considerada primeira música
de Carnaval.
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1895
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Na
Bahia nascia o primeiro afoxé: estava inventada a batucada.
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1904
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Oficializado
o nome Tenentes do Diabo para os Zuavos.
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1906
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O
lança-perfume, com perfume e cloreto de etila, começou a ser trazido da
França.
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1907
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Surgiu
o Corso, um desfile de automóveis que se constituiu em uma das principais
atrações do carnaval carioca durante as primeiras décadas do século XX.
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1908
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Os
filmes eram mudos. A sonorização era feita na hora por cantores e músicos
atrás das telas. Os filmes eram exibidos imediatamente após o carnaval, na
quarta feira de cinzas.
Cinemas
Documentais: O corso em Botafogo, o Corpo de Carruagens, o Corso de 19 de
Fevereiro, o Préstito do Clube Democrático, os Capadócios da Cidade Nova -
filmes mudos.
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1909
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Filmes
mudos: ficção Carnavalesca de Antônio Serra e Pega na Chaleira.
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1910
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Filme
mudo: O Rio Por um Óculos.
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1911
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Filme
mudo: O Cordão.
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1919
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Filmes
mudos: Pierrôs e colombinas e Amor e Boêmia.
Com o
fim da guerra, os filmes americanos entram no mercado nacional.
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1925
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Realiza-se
o primeiro concurso de sambas e marchinhas no Teatro São Pedro.
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1928
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Foi
fundada a primeira Escola de Samba no Brasil, no bairro do Estácio, pelo
sambista Ismael Silva, era a Deixa Falar.
As
escolas de samba estrearam no Rio de Janeiro e, com o tempo, adquiriram
estrutura e orientação empresariais, reunindo até 15.000 integrantes. Hoje,
elas comercializam apresentações, direitos autorais e de imagem, sob o
patrocínio do Estado e de banqueiros do jogo do bicho.
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1929
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A Sra.
da Conceição Aparecida foi proclamada Rainha do Brasil e sua padroeira
oficial, por determinação do Papa Pio XI.
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1932
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Ocorreu
o primeiro desfile, ainda extra-oficial, da Deixa Falar.
O termo
“escola de samba” surgiu no século XIX, mas foi definitivamente adotado nos
anos 30, desde que o bloco Deixa Falar (a primeira de todas) passou a fazer
ensaios à porta da antiga Escola Normal.
Da
procissão brasileira de Corpus Christi surgiu à ala das baianas escravas
enfeitadas, obrigatória nas escolas de samba.
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1933
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O Rei
Momo foi instituído pelo jornal carioca “A Noite” como símbolo do Carnaval. O
primeiro Rei Momo foi o compositor Silvio Caldas.
Primeiro
filme nacional falado - O Carnaval de 1933.
Outro
filme - A voz do Carnaval, produção da Cinédia, direção de Ademar Gonzaga e
Humberto Mauro, argumento Joraci Camargo.
Carmem
Miranda aparece pela primeira vez na tela.
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1935
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Os
desfiles das escolas de samba foram legalizados pela Prefeitura do Distrito
Federal.
Ocorreu
o primeiro desfile oficial da Deixa Falar na Praça Onze de Junho, ponto
tradicional de concentração de blocos e cordões.
Alô,
Alô Brasil, primeiro filme pré-carnavalesco - Cinédia.
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1937
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Houve o
primeiro desfile, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro igualitária dos
carnavais.
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1946
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Filme:
Caídos do Céu - Cinédia.
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1949
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Primeira
transmissão do Carnaval pela Rádio Continental com Paulo Palut, Afonso
Soares, Cid Ribeiro e Jorge Sampaio.
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1950
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O
primeiro trio elétrico saiu às ruas. Era um calhambeque Ford T1929, equipado
por dois alto-falantes. O dono do carro, Osmar Macedo, e seu amigo, Adolfo do
Nascimento, tocavam frevos de Pernambuco com guitarra, baixo e bateria.
Circulando
pelas ruas, juntavam pessoas que seguiam o percurso cantando e dançando. No
ano seguinte, o velho carro foi substituído por uma caminhonete e denominado
Trio Elétrico Dodô e Osmar, que passou a ter como patrocinador a fábrica de
refrigerantes Fratelli Vita. O patrocínio possibilitou-lhes a compra de um
caminhão. O equipamento de som aumentou, assim como o número de músicos.
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1954
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A
prefeitura do Rio de Janeiro convidou astros e estrelas de Hollywood para a
festa e com isso atraiu para o desfile milhares de turistas. A partir de
então, a TV, interessada na transmissão dos desfiles, teve um papel
fundamental na modificação das relações entre a sociedade e o samba.
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1960
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O
lança-perfume foi proibido porque a substância era aspirada como uma droga.
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1963
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Foram
construídas as primeiras arquibancadas, cujos lugares foram vendidos ao
público, na Av. Presidente Vargas.
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1965
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Como
nas bandas, não existia uniforme ou regulamento, cada um ia como podia ou
queria, assim, em Ipanema, no Rio de Janeiro surgiu à primeira banda
organizada.
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1966
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Filme:
Rio 40 graus.
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1981
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Torna-se
obrigatória a presença de uma ala de crianças nos desfiles das Escolas de
Samba.
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1984
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Construção
do Sambódromo - Passarela do Samba.
A primeira
Escola a desfilar na Passarela do Samba foi a Império do Marangá. Leandro
Miguel da Silva, de 6 anos foi o primeiro sambista a pisar o asfalto do
Sambódromo, em 02/03.
A
Conferência Nacional dos Bispos [Católicos] do Brasil (CNBB) declarou
oficialmente a Basílica de Aparecida como Santuário Nacional, o maior
Santuário Mariano do mundo.
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1994
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Inauguração
do Terreirão do Samba na Praça Onze - Rio de Janeiro - RJ, em 20/01.
Achado
o corpo de Mestrinho, assassinado dias atrás. Mestrinho foi parceiro de Didi,
em 18/04.
Assinado
o tombamento da Passarela do Samba, em 09/06.
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Maiores
detalhes: http://www.vivercidades.org.br/publique/cgi/public/cgilua.exe/web/templates/htm/_template02/view.htm?editionsectionid=14&user=reader&infoid=678
O significado da
palavra Carnaval em sua raiz é "festa da carne", ou melhor, carne
para Baal (o falso deus do Antigo Testamento). Carne vem do latim caro, carnis,
tradução dos termos gregos sarkikos e sarkinos. Usualmente este vocábulo alude
ao corpo de carne, mas também usado
metaforicamente para indicar os apetites do corpo, ou então, aquilo que é
mundano, fazendo contradição ao que é espiritual.
No
livro de Romanos 7:14 indica-se a
posse da natureza da carne e isso governado por considerações e valores humanos
e não pelo Espírito de Deus.
O
que é carnal também pode ser uma alusão ao que é inerentemente fraco (II Cor.
10:4), ao que é temporal (Heb. 7:16), ao que é débil e pecaminoso (II Cor.
1:42). Também pode ser uma distinta disposição anti-espiritual (Rom. 7:14) ou
então aquela disposição anti-espiritual que aliena os homens de Deus (Rom.
8:5-8). O poder do que é carnal pode ser tão grande que chega a dominar a
mente, tornando-a inimiga de Deus (Rom. 8:7).
Romanos 7:5 – “Porque, quando
estávamos na carne, as paixões dos pecados, que são pela lei, operavam em
nossos membros para darem fruto para a morte.”
Romanos 8:5-8,12-14 –
“Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os
que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é
vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é
sujeita à lei de Deus, nem em verdade o pode ser; e os que estão na carne não
podem agradar a Deus. (...) Portanto, irmãos, somos devedores, não à carne para
vivermos segundo a carne; porque se viverdes segundo a carne, haveis de morrer;
mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis. Pois todos os
que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus.”
Romanos 6:11-12 - "Assim também
vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso
Senhor. Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe
obedecerdes em suas concupiscências;"
I Tessalonicenses 4:5 – “Não na paixão da concupiscência, como os gentios, que não
conhecem a Deus.”
I Pedro 2:11 – “Amados, peço-vos,
como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências carnais
que combatem contra a alma;”
I João 2:15-17 - “Não
ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não
está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a
concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o
mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus
permanece para sempre.”
É
tremendamente impactante a influência na vida e nas atitudes daqueles que desta
"festa da carne" participam. Ainda que de forma consciente ou
inconsciente, vemos explicitamente a pratica e a vivência das "obras da
carne" conforme o apóstolo Paulo, há vários séculos atrás, no poder do
Espírito Santo já denunciava estas obras, na carta endereçada aos Gálatas (Gal.
5:16-26).
Gálatas
5:13,17,19-22,24 – “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis
então da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo
amor. (...)Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a
carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis (...)
Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição,
impureza, lascívia, Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações,
iras, pelejas, dissensões, heresias, Invejas, homicídios, bebedices,
glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como
já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de
Deus. Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fé, mansidão, temperança. (...) E os que são de Cristo crucificaram a
carne com as suas paixões e concupiscências.”
Gálatas 6:8 – “Porque
o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no
Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.”
A
carne milita contra o Espírito, as obras da carne são conhecidas: prostituição,
impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias (disputas), ciúmes,
iras, discórdias, facções, invejas, bebedices, glutonarias... é inegável a
presença de manifestações como essas no "carnaval". Não podemos
deixar de destacar o respaldo que tais atitudes recebem no mundo espiritual,
pois é sabido que entidades (demônios) são alimentadas durante o ano todo com
oferendas: flores, bebidas, comidas, sangue, ritos, danças, etc... Pelos
"Pais de Santo", "Babalaorixás" ou Cambonos", ou seja,
como se chamem os que tais ritos praticam para que essas entidades lhes
concedam os pedidos feitos. Mas é somente no Carnaval que não se alimentam os
demônios para que tais criaturas fiquem livres do local de oferenda para saírem
e se alimentarem dos apetites carnais insaciáveis dos seres humanos e toda
sorte de violência induzidas por esses demônios durante este período do ano.
Período este, no qual é comprovado o aumento gritante das práticas de
adultério, traição, fornicação, gula, cobiça, embriaguez, luxúria, vaidade,
etc e nos índices de crimes, acidentes,
mortes, overdoses, estupros, violência, gravidezes indesejadas e precoces etc.
Lucas 21:34 - "E olhai por
vós, não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de
embriaguez, e dos cuidados da vida, e venha sobre vós de improviso aquele
dia."
Romanos 13:13-14 - "Andemos
honestamente, como de dia; não em glutonarias, nem em bebedeiras, nem em
desonestidades, nem em dissoluções, nem em contendas e inveja. Mas revesti-vos
do Senhor Jesus Cristo, e não tenhais cuidado da carne em suas
concupiscências."
I Pedro 4:2-4 - “Para que, no
tempo que vos resta na carne, não vivais mais segundo as concupiscências dos
homens, mas segundo a vontade de Deus. Porque é bastante que no tempo passado
da vida fizéssemos a vontade dos gentios, andando em dissoluções,
concupiscências, borrachices, glutonarias, bebedices e abomináveis idolatrias;
E acham estranho não correrdes com eles no mesmo desenfreamento de dissolução,
blasfemando de vós.”
II Timóteo 2:22 - "Foge também
das paixões da mocidade; e segue a justiça, a fé, o amor, e a paz com os que,
com um coração puro, invocam o Senhor."
Judas 1:7 – “Assim como Sodoma
e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregue à fornicação
como aqueles, e ido após outra carne, foram postas por exemplo, sofrendo a pena
do fogo eterno."
Como
pudemos observar, o carnaval tem sua origem em rituais pagãos de adoração a
deuses falsos. Trata-se, por, isso de uma manifestação popular eivada de obras
da carne, condenadas claramente pela Bíblia. Seja no Egito, nas celebrações à
deusa Isis e o touro Ápis; seja nas celebrações à deusa Herta, dos teutônicos;
seja na Grécia ou na antiga Roma, onde se cultua, respectivamente, os deuses
Osíris, Baco ou Saturno (rituais dionisíacos gregos e os licenciosos Bacanais,
Saturnais e Lupercais; as suntuosas orgias romanas), ou hoje em São Paulo , Recife, Porto
Alegre ou no Rio de Janeiro, sempre notaremos a louca, desinibida e desenfreada
celebração com as características bebedeiras desenfreadas, danças sensuais,
músicas lascivas, nudez, liberdade sexual e falta de compromisso com as
autoridades civis e religiosas.
Então qual deve ser a
posição do cristão diante do carnaval? Devemos sair de cena para um retiro
espiritual, conforme o costume de muitas igrejas? Devemos por outro lado, ficar
aqui e aproveitarmos a oportunidade para a evangelização? Ou isso não vale a
pena porque, especialmente neste período, o deus deste século lhes cegou o
entendimento? Cremos que a resposta cabe a cada um. Mas, por outro lado, a
personalidade da Igreja de Cristo Jesus nasce de princípios estreitamente
ligados ao seu propósito: fazer conhecido ao mundo um Deus que, dentre muitos
atributos, é Santo.
Aquilo que não é bom,
que é errado, pecado, imoral, torpe, etc nos outros momentos da vida, nos
outros dias do ano, não pode tornar-se positivo, permitido, legal, válido, certo...
em determinados dias (porque é carnaval). Deve-se indubitavelmente procurar a
alegria, as manifestações passíveis de felicidade, mas é importante
questionar-se sobre o que realmente é capaz de gerar essa felicidade e se
determinadas alegrias não são aparentes e unicamente geradoras de sofrimentos
futuros para nós mesmos e/ou para o nosso próximo. Também aqui é válida a
clássica Regra Áurea do Cristianismo: "Fazer aos outro somente o que
faríamos para nós mesmos". Até porque, quando o sofrimento recai sobre o
outro por nossa culpa, ainda que, momentaneamente, nossa consciência se
encontre anestesiada, faz-se sobre nós a inexorável reação da Lei Divina. É
apenas questão de tempo.
As religiões que
seguem a revelação bíblica - judaísmo e cristianismo - criaram a distinção
entre sagrado e profano, ao introduzir a idéia do pecado e o conceito da
santidade de Deus. O profano e o sagrado não têm espaço na religião destituída
da idéia do pecado. As religiões antigas e as espiritualistas de hoje não têm
para essas categorias um conceito claro, exatamente porque não estabelecem a
realidade do pecado e da redenção.
Biblicamente há uma
grande expressão para o Carnaval na vontade do povo em crucificar Cristo Jesus.
A partir do momento em que
Pilatos decidiu lavar as mãos, que pela vontade do povo
permitiu trocar a morte de Barrabás pela morte de Jesus, uma grande folia se
instalou pelas ruas de Roma. Espiritualmente o Carnaval significa apoio às
forças de Satanás. O desfile das escolas de samba na Marquês de Sapucaí - Rio
de Janeiro, por exemplo, é do jeitinho como o diabo gosta!
Pouco
antes do carnaval é feita uma eleição e é escolhido um homem, que é coroado
rei, para reinar e comandar os dias da festa, que é chamado rei Momo. É a mesma
festa que acontecia no passado, com algumas mudanças estratégicas feitas por
Satanás. Já que nos dias de hoje não seria aceitável o sacrifício do
representante de Momo, Satanás troca essa vida (o sacrifício do rei Momo) pela
vida de todos os que são brutalmente assassinados no período do carnaval.
Mas
após ser coroado, essa representação da entidade maligna, Momo, Baco, Dionísio,
Saturno, deus sol (Ninrode, Tamus), recebe das mãos do prefeito da Cidade ou da
autoridade máxima daquela Cidade, Estado ou País, as chaves "da
cidade". Este ato de entrega das chaves, no mundo espiritual tem uma
repercussão devastadora, pois chave na Bíblia significa poder, autoridade,
domínio, ligar, desligar e abrir e fechar (Isaias 22:22, Apocalipse 1:18, 3:7,
9:1 e 20:1 e Mateus 16:19). É transferida/dada toda a autoridade do lugar a
esse ente espiritual, num ato do povo formalizando o pedido para que ela reine,
governe, mande... sobre eles. Estão recusando a coroação e o reinado de Jesus
Cristo em troca do reinado desse demônio.
Ao
receber as chaves espirituais da cidade os demônios que comandam o carnaval,
ligam espiritualmente os foliões ao inferno.
Juízes 9:8 – “Foram uma vez as
árvores a ungir para si um rei, e disseram à oliveira: Reina tu sobre nós.”
Romanos 6:12 – “Não reine,
portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas
concupiscências;”
Isaías 28:1 – “Ai da coroa de
soberba dos bêbados de Efraim, cujo glorioso ornamento é como a flor que cai,
que está sobre a cabeça do fértil vale dos vencidos do vinho.”
Há quem justifique
como estratégia evangelística a participação efetiva na festa do carnaval,
desfilando com carros alegóricos e blocos evangélicos, o que não deixa de ser
uma tremenda associação com a profanação. Pergunta-se, então: será que deveríamos
frequentar boates gays, sessões espíritas, casas de massagem, festas de
bebedeiras e orgias, a fim de conhecer melhor a ação do diabo e investir contra
ela? Ou deveríamos traçar estratégias melhores de evangelismo?
Desculpem-me,
mas o título "Carnaval de Jesus" - utilizado como propaganda de
retiros e encontros católicos por ocasião dos feriados pela folia carnavalesca
- é absolutamente inaceitável. O Carnaval é, no conceito e experiência de
domínio público, uma festa pagã em que prevalecem os desmandos morais, sexo
sujo, drogas, bebedeira, perversões de toda a espécie.
É, ao menos uma
incoerência, para não dizer uma clamorosa blasfêmia, querer
"canonizar" o termo conhecidamente devasso, anexando-lhe o Santíssimo
nome de Jesus,
Nosso Senhor - Nome a cuja pronúncia devem dobrar-se os joelhos, no céu, na
terra e até nos infernos, como ensina São Paulo na Carta aos Filipenses, 2:10.
Ao
tratarmos com práticas pagãs, é preciso agir com a maior prudência, mesmo que o
propósito seja o de evangelizar e, especialmente, de trabalhar pela conversão
dos pecadores.
Absurdo como o dessa
união de termos - "Carnaval de Jesus" pode dar ensejo a que, com ideia
tão infeliz como essa, se pense em criar um retiro com o título "Boca de
Fumo de Jesus" para promover a conversão de viciados em drogas!
Por
amor de Jesus, peçam ao Divino Espírito Santo que preserve vocês de
"casamentos" descabidos como esses, tentando reunir palavras
inteiramente incompatíveis, porque, como ensinam os bons gramáticos - toda
palavra tem forma e conteúdo, significado! E o significado é o mais importante
em uma palavra, especialmente nas que são usadas para transmitir o Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo.
Durante
a história de Israel (o primeiro povo a quem Deus se revelou, fazendo uma
aliança com os patriarcas da nação), muitas vezes esse povo misturava suas
crenças com as dos outros povos que não temiam a Deus, e em vez de escolhas,
faziam misturas. Ainda hoje isso acontece muito; em vez de escolherem entre
Deus e o pecado, as pessoas tentam misturar os dois e ficar com um pouco de
cada.
Veja
o que a The Grolier Multimedia Encyclopedia, 1997 nos diz a respeito: "O
Carnaval é uma celebração que combina desfiles, enfeites, festas folclóricas e
comilança que é comumente mantido nos países católicos durante a semana que
precede a Quaresma. Carnaval, provavelmente vem da palavra latina
"carnelevarium" (Eliminação da carne), tipicamente começa cedo no ano
novo, geralmente no Epifânio, 6 de Janeiro, e termina em Fevereiro com a Mardi
Gras na terça-feira da penitência (Shrove Tuesday)." (The Grolier
Multimedia Encyclopedia, 1997. Traduzido por Irlan de Alvarenga Cidade).
No
carnaval, depois de vários dias de festa, imoralidade, bebedeira, drogas e
tantas outras coisas nocivas ao ser humano, a religião ainda sustenta que tudo
deve terminar numa quarta-feira de cinzas e "arrependimento"! Planeja-se o pecado e seu posterior
arrependimento antes de tudo acontecer. Isso é uma forma de não ter que
escolher, mas poder misturar as duas coisas... Só que o detalhe é que Deus não
aceita isso. Nunca aceitou e jamais aceitará! Cada vez que isso aconteceu com o
seu povo, o Senhor exigiu uma postura, uma decisão. Quero mostrar isso em dois
textos que refletem esta exigência em duas ocasiões distintas: "Agora, pois, temei ao SENHOR e
servi-o com integridade e com fidelidade; deitai fora os deuses aos quais
serviram vossos pais dalém do Eufrates e no Egito e servi ao SENHOR. Porém, se
vos parece mal servir ao SENHOR, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses
a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos
amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao SENHOR."
(Josué 24:14-15).
"Então, Elias se
chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o
SENHOR é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o. Porém o povo nada lhe
respondeu." (I Reis 18:21).
Há
um texto de Malaquias (2:3) que diz:
"Eis que (...) espalharei esterco
sobre o vosso rosto, o esterco das vossas festas; e com ele sereis
tirados". Esse texto pode ser aplicado às festas pagãs que hoje se
vêem no Brasil e outros países, a maioria com raízes no catolicismo romano.
"E ouvi outra
voz do céu, que dizia: Sai dela, povo meu, para que não sejais participantes
dos seus pecados e para que não incorras nas suas pragas" - Apocalipse
18:4.
"Por isso,
retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas
impuras; e eu vos receberei" - II Coríntios 6:17.
Perdão, mas a crítica
é feita com todo o amor, com toda a caridade e para vossa salvação.
Quando
o imperador Constantino I (280-337 DC) proclamou-se cristão, designou bispos e
pastores para elevados cargos públicos. A Igreja dantes perseguida, agora
apoiada pelo imperador, foi levando sua religião aos povos e nações dominados
por Roma. Mas, nesse processo de evangelismo imposto sem preocupação
doutrinária, absorveu muito da idolatria, dos mitos e das festas pagãs daquelas
gentes. Desse modo é que o calendário cristão foi sendo infestado pelos
eventos, costumes e festas e dos rituais da mitologia pagã.
Dessa
mixórdia originou-se o sincretismo religioso em que se emaranharam deuses do
paganismo e do fetichismo, com supostos "santos" do catolicismo
romano. Até os dicionários, enciclopédias e revistas seculares denunciam essa
lamentável ocorrência de cerimônias pseudo-cristãs, que desfiguram e aviltam o
cristianismo num culto politeísta e mitológico.
O
carnaval é um exemplo de festa pagã encetada pelo romanismo. No mundo cristão
medieval, o carnaval era o período de festas profanas que se iniciava,
geralmente, no Dia de Reis (Epifânia) e se estendia até a quarta-feira de
cinzas, dia em que começavam os jejuns quaresmais. Consistia em festejos
populares e em manifestações sincréticas oriundas de ritos e costumes pagãos,
como as festas dionisíacas, as saturnais, as lupercais e se caracterizava pela
alegria desabrida, pela eliminação da repressão e da censura, pela liberdade de
atitudes críticas e eróticas.
Segundo
o escritor Reginaldo Prandi, especialista em sociologia das religiões, no
Brasil o sincretismo se formou no século 19, quando os escravos deixaram o
confinamento das senzalas e passaram a viver nas cidades. "Eles já haviam
experimentado uma assimilação intensa do catolicismo e começaram então a
reconstruir suas religiões". Nas tradições africanas, divindades
conhecidas como orixás governavam determinadas partes do mundo. No catolicismo
romano popular, os santos também tinham esse poder. "Iansã protege contra
raios e relâmpagos e Santa Bárbara protege contra raios e tempestades. Como as
duas trabalham com raios, houve o cruzamento", explica Prandi.
Cultuados
nas duas mais populares religiões afro-brasileiras (a umbanda e o candomblé),
cada orixá corresponde a um santo católico. Ocorrem variações regionais. Um
exemplo é Oxossi, que é sincretizado na Bahia como São Jorge, mas no Rio de
Janeiro representa São Sebastião. A umbanda é a mais sincrética das religiões
afro-brasileiras, tendo acentuado seu lado acidental com o kardecismo. Sua
tendência mais recente é a incorporação dos elementos mágicos da chamada Nova
Era.
"Não
é à toa que no maior país católico do mundo, a passagem do ano é uma festa
profana, com brasileiros de todas as origens sociais vestidos de branco,
fazendo suas oferendas a Iemanjá", afirma o sociólogo Antônio Flávio
Pierucci.
As
festas juninas são outro exemplo. Trata-se de comemorações populares de
espírito lúdico, tendo boa parte delas origem religiosa, tanto do catolicismo
romano quanto de cultos africanos, como se vê no caso do Afoxé e de
Bumba-meu-boi. Tradicionalmente, as festas iniciam-se a 12 de junho, véspera do
Dia de Santo Antônio e vão até o final do mês, quando, no dia 29, se comemora o
Dia de São Pedro. Nessas festas há fogueiras, danças de quadrilha, fogos de
artifício e comidas típicas, e são frequentes os casos de embriaguez, brigas e
assassinatos.
Tais
festas lembram uma outra. Jerusalém estava iluminada por fogueiras, conta-nos
Flávio Josefo, quando houve a festa pelo aniversário de Herodes. O povo
festejava na rua com banquetes, danças e bebidas. No palácio, em meio ao
banquete oferecido aos oficiais e nobres da Galácia, Salomé, enteada de
Herodes, dançava ante seus olhares incestuosos. Num acesso concupiscente de
liberalidade, o rei ofereceu-lhe até a metade do seu reino. Salomé, talvez
ainda uma adolescente, corre para sua mãe e pergunta-lhe o que deve pedir.
Herodíades, para vingar-se de João Batista, que reprovava sua vida de adultério
com o seu cunhado, manda que ela peça a cabeça do profeta num prato.
Assim
morreu aquele de quem Jesus falou: "João batista jejua e não bebe
vinho", Lucas 7:33. Morreu, em consequência de festejos com danças,
comilanças, bebedeiras e fogueiras. E é assim que comemoram o São João: Fazendo
justamente aquilo que ele reprovava e que lhe causou o cruel martírio.
Igualmente
triste é a lembrança de uma fogueira na vida de Pedro. Foi exatamente sob a luz
de uma pira que o afoito apóstolo sentiu o olhar penetrante de Jesus e lembrou-se
das palavras "Antes que o galo cante três vezes me negarás" (Mateus
14.3-12; Marcos 6.17-29 e Mateus 26.69-75).
Satanás
escarnece dos crentes e ri dos foliões que induziu a participar e a comemorar
as datas dos "santos", fazendo exatamente aquilo que lhes causou
sofrimento e morte.
É
lamentável que cristãos ditos evangélicos tomem parte nesses festejos pagãos em
honra a Momo e a Baco, deus do vinho, ou fantasiem seus filhos para a
"simples festinha folclórica", entregando-os de bandeja nas mãos de
Satanás, que aproveita a excelente oportunidade para afastá-los da igreja e do
Evangelho, talvez por toda a vida.
No
carnaval de hoje, são poucas as diferenças das festas que o originaram,
continuamos vendo, imoralidade, promiscuidade sexual e bebedeira.
Como
cristãos não podemos concordar e muito menos participar de tal comemoração, que
vai contra os princípios claros da Palavra de Deus (Romanos 8:5-8 e I Cor.
6:20).
Por
isso, a nós cabe, o grande desafio como Igreja do Senhor Jesus Cristo, nos
posicionarmos em oração e jejum, anulando essa força no mundo espiritual e não
nos conformando com tais manifestações em nossas cidades, estados e nação, pois
feliz é a nação, cujo Deus é o Senhor.
Nós,
Cristãos, não devemos concordar de modo algum com essa comemoração pagã, que na
verdade é em homenagem a falsos deuses, patronos das orgias, das bebedices, dos
desvarios e dos excessos, na verdade demônios. Pense nisso.
Veja
que você pode fazer: 1) Se arrependa de seus pecados; 2) Confessa-os ao Senhor
Jesus Cristo (única e diretamente); 3) Peça que Jesus faça morada em sua vida;
4) Ande em novidade de vida.
ÍNDICE DOS ESTUDOS BÍBLICOShttp://macfly.multiply.com/journal/item/46
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