Quando
se fala de marketing, uma frase vem
sempre à mente. É um lugar comum que afirma: a propaganda é a alma do negócio.
No entanto, há algo de questionável nessa afirmação. Ela sugere que qualquer
valor pode ser imposto às pessoas, desde que venha encoberto por uma máscara de
aparente credibilidade. Acrescente-se que existe, ainda, a sugestão implícita
de que aquele valor nem precisa ser muito legítimo...
Talvez
esse clichê publicitário funcione em alguns setores, mas certamente ele não tem
fundamento ou durabilidade quando o assunto é escola. Não há dúvida de que, no
ambiente escolar, a propaganda é parte do negócio. É preciso levar ao
conhecimento público – clientes já conquistados ou potenciais – todo o trabalho
efetivamente desenvolvido ali.
O
importante é exatamente isso: trata-se de um trabalho efetivo. Isso quer dizer
que, em uma escola, a máscara cai rapidamente. A propaganda é importante para o
negócio, mas não é sua alma.
A
escola como empresa e como proposta pedagógica tem uma única e mesma alma:
aquilo que ocorre dentro de uma sala de aula, em situação de ensino e
aprendizagem. A imagem de uma escola depende do sucesso da relação que se
estabelece entre professor e aluno.
A
aula é o ponto de chegada de tudo o que ocorre na escola e o ponto de partida
para tudo o que pode continuar acontecendo. Talvez seja interessante retomar o
velho clichê e adaptá-lo ao cotidiano escolar: nele, a aula é a propaganda do
negócio.
Marcílio
Couto
Professor
de Literatura
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