sexta-feira, 12 de julho de 2013

Aprender a Florescer (Momento Leitura)

Ela era uma jovem das famílias mais ricas de Los Angeles. Prestes a se casar, seu noivo foi convocado para o Vietnã. Antes, deveria passar por um treinamento de um mês.
Enamorada, ela optou por antecipar o casamento e partir com ele. Ao menos poderia passar o treinamento próximo dele, antes de sua partida para terras tão longínquas e perigosas.
Próximo à base do deserto da Califórnia, onde se daria todo o treinamento, havia uma aldeia abandonada de índios Navajos, e uma das cabanas foi especialmente preparada para receber o casal.
O primeiro dia foi de felicidade. Ele chegou cansado, queimado pelo sol de até 45 graus. Ela o ajudou a tirar a farda e deito-se com ele. Foi romântico e maravilhoso.
Ao final da semana, estava infeliz e ao fim de dez dias, estava entrando em desespero.
O marido chegava exausto do treinamento que começava às cinco horas da manhã e terminava altas horas da noite. Ela era viúva de um homem vivo, sempre exaurido. Escreveu para a mãe, dizendo que não aguentava mais e perguntando se deveria abandoná-lo. 
Alguns dias depois, recebeu a resposta. A velha senhora, de muito bom senso, enviou-lhe uma carta em versos livres que dizia mais ou menos assim:
“Dois homens viviam em uma cela imunda de prisão. Um deles olhava para o alto e enxergava as estrelas; o outro, olhava para baixo e somente via lama. Abraços e beijos, Mamãe.”
A jovem entendeu. Ela e o marido estavam em uma cela, cada um a seu modo. Ver as estrelas ou contemplar a lama era sua opção.
Pela primeira vez, em vinte dias de vida no deserto, ela saiu para conhecer os arredores.
Logo adiante, surpreendeu-se com a beleza de uma concha de caracol. Ela conhecia conchas, mas aquelas eram diferentes, belíssimas.
Quando seu marido chegou naquela noite, quase que ela nem o percebeu, tão aplicada estava em classificar as conchas que recolhera durante todo o dia.
Quando terminou o treinamento e ele foi para a guerra, ela decidiu permanecer ali mesmo. Descobriu que o deserto era um mar de belezas. 
De seus estudos e pesquisas, resultou um livro que é considerado a obra mais completa a respeito de conchas marinhas, porque o deserto da Califórnia, um dia foi fundo de mar e é um imenso depósito de fósseis e riquezas minerais.
Mais tarde, com o retorno do esposo do Vietnã, ela voltou a Los Angeles com a vida enriquecida de experiências salutares. Tudo porque ela aprendera a florescer onde Deus a colocara. 
Existem flores nos jardins bem cuidados. Existem flores agrestes em pleno coração árduo do deserto. Existem flores perdidas pelas orlas dos caminhos, enfeitando veredas anônimas. Muitas sementes manifestam sua vida florescendo a partir de um pequeno grão de terra, perto de pedras brutas, demonstrando que a sabedoria está em florescer onde se é plantado.
Florescer, mesmo que os jardineiros sejam os ventos graves ou as águas abundantes.
Florescer, ainda que as condições de calor e umidade nem sempre sejam favoráveis.

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Autor Desconhecido
Obs.: Se alguém descobrir o Autor deste texto, avise-me; para que seja dado o devido crédito.

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