Os microempreendedores têm uma grande importância para a economia, eles
são pessoas que coletivamente ou individualmente vislumbram possibilidades e
iniciam negócios seja por necessidade ou oportunidade.
Apesar de toda movimentação econômica gerada por estes, apenas a partir do ano
de 2007 foram estabelecidas maiores facilidades para os que desejavam se formalizar;
primeiro através da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa e, posteriormente,
pela Lei do Microempreendedor Individual, em 2008. Antes destas
existia somente o Simples Federal que visava simplificar o recolhimento de
impostos pelas pequenas empresas.
Atualmente, o país
possui mais de 5 milhões de micro e pequenas empresas e mais de 3 milhões de
microempreendedores individuais . Com a popularização do acesso à Internet e,
consequentemente, das redes sociais, muitos destes pequenos empreendedores
vislumbraram na rede a chance de alcançar novos públicos, aumentar as vendas e
reforçar o marketing empresarial.
Segundo Leonardo
Bortoletto, diretor-presidente da Web Consult , as redes sociais podem
facilitar a fidelização dos consumidores e o crescimento do negócio. " Se
bem utilizada, a disseminação do produto ou do serviço é mais ágil, assim como
a fixação da marca. A empresa deve trocar informações com os consumidores para
melhorar a qualidade do serviço e atentar para o que os clientes estão falando sobre
a organização. É importante ter seguidores fiéis e colaborativos. Entretanto,
os formadores de opinião que elevam a empresa em comentários dão mais
engajamento a algo publicado ou promoção ".
As redes sociais
sempre foram dotadas de um grande potencial econômico, devido à quantidade de
acessos e o tempo diário que as pessoas dispensam a esta. Apesar da
oportunidade existente, este é um caminho que começou a ser desbravado
recentemente pelas empresas.
Na "era
Orkut", apesar do grande número de adeptos da rede no Brasil, poucas foram
as empresas que se arriscaram a traçar uma estratégia efetiva de marketing ou
relacionamento com os clientes . Somente após a popularização de outras redes
como o twitter e o Facebook que as empresas começaram a explorar com mais eficácia
o alcance a clientes e prospects, assim como utilizá-las para reforçar a imagem
da empresa junto ao consumidor e para acompanhar a resolução de problemas.
As redes sociais se
mostraram uma ferramenta de grande potencial também para os microempreendedores.
Por serem gratuitas e possuírem um alcance estrondoso, os pequenos empresários
estão utilizando esta ferramenta como uma forma de ganhar visibilidade e
aumentar a sua base de consumidores.
Para entender melhor
como as redes sociais podem ajudar no crescimento de um negócio conversei com
Renata Cavalcante, ex-sócia da empresa Maquiagem Etc .
Como a empresa
começou?
"A empresa foi
formada por três primas: eu (Renata), Amanda e Natália Cavalcante, há três
anos. Natália surgiu com a ideia, que comentou com Amanda e comentaram comigo.
Eu me formei em Administração, sempre gostei da área de empreendedorismo e
pensamos 'Por que não montar uma loja virtual?'. Virtual porque a loja física
gera um custo muito grande e a gente começou então por este tipo de loja. E
Amanda, que é atualmente a dona da razão [social], tem uma facilidade muito
grande de mexer com esta divulgação de mídias digitais. Então começamos a fazer
a compra dos materiais, para uso próprio, para conhecermos o produto, até que
criamos o site Maquiagem Etc., achando que não ia dar certo ou que ia ser algo
só regional".
A empresa tem
funcionários?
"A ideia da loja
virtual era exatamente a redução de custos até mesmo com funcionários, porque
querendo ou não eles geram um custo altíssimo para a empresa, tanto na admissão
quanto na demissão e o funcionamento da empresa podia ser realizado apenas pelas
próprias donas que, na época, eram três. Cada uma ficava com uma função, de
divulgação nas mídias, de envio..., pois a compra não acontece [somente] de forma
regional, mas sim nacional. Uma pessoa do Acre, por exemplo, faz uma compra e a
gente realizava o envio pelo correio. Nós tínhamos o estoque, o cliente fazia o
pedido, o pagamento e com a confirmação nós enviávamos [o produto] pelo
correio".
Quem realizava o
acompanhamento das mídias e como era realizado?
"O
acompanhamento das mídias era realizado por Amanda, que é a atual proprietária
da loja, [pois] ela já tinha feito cursos na área. Não era uma divulgação
simples de Facebook, por exemplo, como criar uma página e colocar postagens.
Era criada toda uma grade de divulgação, de produtos que porventura nós
poderíamos colocar em promoção... Como na época eu cursava a faculdade, lá
havia eventos de demonstrações de trabalhos, por exemplo. Havia stands, eu oferecia
a nossa empresa para estar lá divulgando, então atrelávamos à rede social que
no dia 'tal', na faculdade 'tal', iria ter uma divulgação da Maquiagem Etc.”
Quando foi que vocês
perceberam que a rede social tinha um potencial econômico efetivo já que vocês
trabalhavam inicialmente somente através de um site?
"A gente
conseguiu, através de conhecimentos anteriores, visualizar o Facebook como um marketing '0800', digamos assim:
'Inicialmente eu não pago para fazer minha divulgação na página do Facebook'. E
como a empresa é uma empresa virtual, quem é de [Vitória da] Conquista compra e
quem é de São Paulo também pode comprar. E como eu vou fazer para que a minha
publicidade alcance o pessoal de São Paulo? Daí pensamos no Facebook, porque aí
eu tenho um alcance estrondoso na divulgação com um custo praticamente zero, a
não ser as propagandas pagas que existem dentro destas mídias sociais como
twitter, o próprio Facebook e outras mais. Tem a forma gratuita e a paga. A
gente viu que surgiu efeito em [Vitória da] Conquista, depois na região. As
vendas através da redes sociais já chegaram a representar cerca de 90% do
faturamento da empresa".
Além do Facebook
vocês utilizaram mais alguma rede social ou focaram somente nela?
"Inicialmente
utilizamos o 'Face', twitter e mala direta através de e-mail. Ao passar do tempo o Facebook gerou uma satisfação tão
grande para a empresa, o nosso retorno financeiro foi tão bom que deixamos o
twitter e fazíamos mala direta apenas quando trabalhávamos com curso de
automaquiagem. E utilizávamos alguma outra mídia, por exemplo, impressa apenas
de forma regional".
Vocês utilizavam essa
ferramenta somente para divulgação ou também para vendas?
"Os clientes da
cidade, por exemplo, podiam entrar no perfil da loja e indicavam qual produto
eles tinham interesse e nós fazíamos a entrega. Para os clientes de fora nós
dávamos um passo a passo: 'entrar no site, como fazer a compra, a forma de
pagamento e assim conquistávamos a confiança do cliente'; porque a loja virtual
ainda gera certa desconfiança".
Quando uma empresa
utiliza uma rede social as pessoas, às vezes, são agressivas nos casos de
reclamações. Como vocês lidavam com isso? Afinal um cliente insatisfeito não
pensa duas vezes em reclamar e os seus seguidores acabam tenho conhecimento do
fato.
Desde o momento da
apresentação do produto até o fechamento da compra gente sempre tentava deixar
tudo fechadinho [acompanhamento], para não ter esse problema, porém isso já
aconteceu com a gente. Por exemplo: quando houve a greve dos correios houve
demora do recebimento do produto por parte do cliente e ele não pensou duas
vezes em expor toda a indignação dele, mas de uma certa forma o que a gente
tentava identificar a indignação dele, justificar o que houve e arranjar um
novo meio de resolver o problema [neste caso, a entrega do produto]. Já que é
pública a indignação, é pública também a solução".
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Fonte:
Disponível em: http://br.financas.yahoo.com/noticias/como-redes-sociais-podem-ajudar-os-microempreendedores-130800067.html
- Acessado em 31/07/2013.
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